O Magazine Luiza (MGLU3) reportou na noite desta segunda-feira (17) um prejuízo de R$ R$ 64,5 milhões referente ao segundo trimestre deste ano, revertendo um lucro líquido de R$ 386,6 milhões no mesmo período de 2019.
“Diante do contexto, talvez o trimestre mais desafiador de qualquer CEO tenha participado. A gente tinha uma crise econômica, social e de saúde. A gente iniciou o trimestre com muitas inseguranças, com minha decisão de fechar 100% das lojas no final de março, então um contexto muito desafiador. Eu considero um trimestre épico”, afirmou Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiz, entrevista exclusiva ao SUNO Noticias.
A gigante varejista registrou um forte aumento nas vendas totais, incluindo lojas físicas, e-commerce tradicional e marketplace. Nesse sentido, o Magazine Luiza registrou um crescimento de 49,1% no volume de vendas, para R$8,6 bilhões entre os meses de abril e junho.
De acordo com a empresa, o número é reflexo do aumento de 181,9% no e-commerce total e queda de 45,1% nas lojas físicas, com 36% em média das unidades abertas no trimestre. A companhia ainda destacou os resultados para o mês de junho, que registrou uma alta de 85% nas vendas, levando o Magalu a liderança no seu setor no trimestre pela primeira vez em sua história.
“Cheguei a falar que se precisasse ficar dois anos com as lojas fechadas, tínhamos caixa para isso. Então mesmo tendo 65% menos lojas que o ano passado, crescemos 49% trimestre no GMV [Gross Merchandise Volume], com loja física e e-commerce”, salientou o executivo.
Com isso, a receita líquida total da varejista avançou 29,3% no segundo trimestre, para R$ 5,6 bilhões, em linha com a variação da receita bruta total, que subiu 31,2% para R$ 6,8 bilhões.
Ao mesmo tempo, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou positivo em R$ 143,7 milhões, equivalente a uma baixa de 62,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda, por sua vez, caiu 6,2 pontos percentuais, para 2,6%.
E-commerce cresce 2,6x mais do que média do mercado
A companhia informou que, segundo dados levantados pelo “E-bit” o e-commerce formal brasileiro cresceu 70,4% no segundo trimestre deste ano. Desse modo, o Magazine Luiza apresentou uma expansão 2,6 vezes maior do que o mercado, assumindo a liderança no segmento de comércio eletrônico.
A operação digital da empresa, formada por site, superapp, marketplace, Netshoes, Zattini, Época Cosméticos e Estante Virtual, apresentou a maior expansão do mercado. Segundo a varejista, o e-commerce representou 78,5% das vendas totais, com o e-commerce tradicional subindo 181,9% e o marketplace avançando 214,2% no período.
“Acho que esse número por si só é épico e ele somado a geração de caixa, que foi de R$ 2 bilhões no trimestre, o que torna tudo muito saudável. Eu que sou um cara comedido na hora de falar de resultados, eu acho que eu devo a minha equipe adjetivos superlativos, porque de fato foi um desempenho super bacana”, declarou Trajano.
O Magalu, que possui quase 30 milhões de usuários ativos mensais em sua aplicativo, atribuiu o resultado a entrega mais rápida do varejo e o crescimento das novas categorias, com destaque para a Netshoes, a Época Cosméticos e a categoria de mercado.
Magazine Luiza apresenta resultados de julho de 2020
Além disso, a companhia divulgou os números referentes ao mês passado. Segundo o Magazine Luiza, as vendas totais aumentaram 82% na relação ano a ano, enquanto o e-commerce avançou 162% na base de comparação. Com cerca de 70% das unidades abertas, as vendas nas lojas tiveram uma alta de 10%, o que para a empresa reforça a importância do mundo físico para sua estratégia.