Magazine Luiza (MGLU3): reage à acusação de racismo por deputado
O deputado federal e vice-líder do governo na Câmara, Carlos Jordy (PSL-RJ) declarou no último sábado (19) através de suas redes sociais estar entrando com uma representação no Ministério Público contra a loja Magazine Luiza (MGLU3), acusando a empresa de racismo devido ao seu programa de trainee.
“Estou representando ao Ministério Público a loja Magazine Luiza para que seja apurado crime de racismo no caso do programa de Trainee só para negros. A lei 7.716/89 tipifica a conduta daquele que nega ou obsta emprego
por motivo de raça”, escreveu o deputado em seu twitter.
Diante disso, a empresa se manifestou respondendo: “Estamos absolutamente tranquilos quanto a legalidade do nosso Programa de Trainees 2021. Inclusive, ações afirmativas e de inclusão no mercado profissional, de pessoas discriminadas há gerações, fazem parte de uma nota técnica de 2018 do Ministério Público do Trabalho.”
“Ações afirmativas, tais como cotas, existem e são até previstas em lei p/ ingresso no ensino e serviço público, apesar de discordar frontalmente de cotas RACIAS. Porém, a ação da @magazineluiza não se trata de uma ação
afirmativa mas de impedir a contratação de pessoas não-negras”, respondeu Jordy.
Magazine Luiza: Próximo programa de trainees terá apenas candidatos negros
O Magazine Luiza abriu as inscrições para seu programa de trainees de 2021. A novidade, dessa vez, é que ele será aberto somente para candidatos negros. De acordo com o Magalu, o intuito dessa medida é “trazer mais diversidade racial para os cargos de liderança da companhia, recrutando universitários e recém-formados de todo Brasil, no início da vida profissional”.
A companhia informou que possui, atualmente, em seu quadro de funcionários, 53% de pretos e pardos. Entretanto, somente 16% deles estão em cargos de liderança. “O alerta despertado por essa baixa participação fez com que o Magalu decidisse atuar, oferecendo oportunidades para quem ainda está começando a carreira”, acrescenta o Magazine Luiza.
De acordo com especialistas consultados pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, esse movimento, além de reduzir desigualdades históricas, também favorece o próprio negócio da empresa, já que elas reduzem a desigualdade interna, o que já é um bom começo. Além disso, há diversos estudos acadêmicos que comprovam os ganhos financeiros quando o quadro de empregados da empresa é mais diversificado.
A ação da empresa acontece no ano em que as manifestações antirracistas ganharam força no mundo inteiro, principalmente com o movimento Black Lives Matter, após o assassinato do americano George Floyd por um policial branco norte-americano nos Estados Unidos.
Saiba Mais: Magazine Luiza: Próximo programa de trainees terá apenas candidatos negros
A decisão da empresa em colocar apenas negros no próximo programa de trainees, antecipada pelo Broadcast, entrou para os tópicos de assuntos mais comentados no Twitter no último sábado (19).
A decisão do Magazine Luiza abriu um disputa nas redes sociais entre os que elogiam a medida e aqueles que acusam o Magalu de “racismo reverso” com brancos, usando a hashtag #MagazineLuizaRacista.
Com informações do Estadão Conteúdo