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Na corrida do e-commerce, Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VVAR3) encaram novos favoritos

Foto: Divulgação

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Os resultados do primeiro trimestre do Magazine Luiza (MGLU3) e da Via (VVAR3) — antiga Via Varejo — surpreenderam positivamente o mercado. Ambas as varejistas apresentaram crescimento expressivo no online. No entanto, as empresas estão diante de uma situação delicada: embora a pandemia tenha ensinado o brasileiro a comprar online em 2020, existem novos competidores sedentos para ganhar esta corrida.

Apesar de os balanços dos primeiros três meses do ano animarem o mercado, a recomendação dos especialistas é que o investidor adote cautela ao avaliar o investimento no Magazine Luiza e na Via. Isso porque os players internacionais, como Mercado Livre (MELI34) e Amazon (AMZO34), estão dando sinais de um maior interesse em atuar no Brasil.

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“Sem dúvida o ambiente competitivo com nomes de alta relevância traz preocupação. O mercado quer entender como vão se comportar a execução e números das empresas, vendo de fato quem vai se sobressair nesse oceano vermelho. A concorrência já está muito forte desde meados do ano passado”, disse a analista Karoline Sartin da Planner Corretora.

Presença de Mercado Livre e Amazon aumenta concorrência

Neste cenário, as varejistas nacionais e internacionais adotam diferentes estratégias para fisgar clientes. Com o objetivo de conquistá-lo, as empresas iniciaram uma corrida no prazo de entrega do produto.

O Magazine Luiza aposta na transformação de suas lojas em mini centros de distribuição. Já o Mercado Livre e a Amazon têm grandes centros espalhados pelo Brasil. A Via Varejo, por sua vez, tenta unir o melhor dos dois mundos.

Nessa disputa, segundo o especialista de renda variável da Monte Bravo, Bruno Madruga, o Mercado Livre está na frente, pois “ quanto mais rápido for a entrega, mais atrativo se torna a loja ao consumidor”.

A entrega se tornou um diferencial no cenário de grande participação da venda online. No primeiro trimestre, as vendas online do Magalu avançaram 114,4% no primeiro trimestre e da Via cresceram 123%.

BDRs também disputam atenção

Outra área em que as internacionais começam a competir pela atenção dos brasileiros é o mundo dos investimentos. Isso porque a entrada de BDRs (Brazilian Depositary Receipts), modalidade que permite que o brasileiro invista em empresa estrangeira, dilui as alocações do investidor brasileiro, ou seja, ele tem mais opções para investir.

Antes, para investir nessa modalidade seria necessário possuir no mínimo R$ 1 milhão em investimentos. No entanto, ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mudou essa regra, liberando o produto para negociação de qualquer investidor pessoa física.

Após essa mudança, a Economatica lançou uma pesquisa sobre os quatro BDRs mais negociados em 2020. Em primeiro lugar se encontrava a Tesla (TSLA34), seguido por Mercado Livre, Apple (AAPL34) e Amazon.

“Nós tivemos uma entrada das BDRs que dá uma distribuição maior para o investidor brasileiro. Essa concorrência dá uma diluída nas alocações do investidor brasileiro. Apesar de resultados interessantes acima até do consenso do mercado, o desempenho das ações não vem refletindo exatamente o que aconteceu”, diz Madruga.

Guerra do e-commerce

Para a analista de varejo da XP, Danniela Eiger, a presença da Amazon e Mercado Livre não necessariamente fará os papéis das varejistas despencarem. A visão da corretora é que irá trazer uma certa volatilidade no curto prazo, mas ela ainda acredita numa perspectiva bastante construtiva no médio prazo em razão do online.

“Talvez elas consigam entregar um resultado melhor do que esses grandes players, mas temos que esperar para ver e isso depende de como os consumidores irão aceitar e quais serviços eles irão oferecer. Até por isso temos uma visão mais cautelosa com o setor.”

Para Sartin, o Magazine Luiza e a Via possuem um “fortíssimo” diferencial frente ao Mercado Livre e Amazon, que é a omnicanalidade (lojas físicas e online).

“Isso gera ganho produtividade na logística pois as lojas físicas são ponto de apoio no estoque, facilitando a agilidade da entrega e logística reversa, além disso a loja física permite maior número de cross selling como seguros e garantias estendidas, o que agrega na rentabilidade”.

Vale a pena investir em Magazine Luiza e Via?

As principais instituições financeiras fizeram avaliações em seus relatórios sobre essa guerra do e-commerce com players internacionais. Confira a indicação das grandes instituições:

Via Varejo:

Magalu:

Apesar de todos os desafios envolvidos, os especialistas vêem uma oportunidade para as empresas crescerem com o avanço do e-commerce no Brasil, explorando novas regiões.

“No Brasil existe ainda muito potencial, regiões subpenetradas, diferentes nichos para serem ocupados por empresas como o Magazine Luiza, principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, analisou Sartin. Para ela, a guerra do e-commerce não terá apenas um vencedor no Brasil.

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