As ações do Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em alta de 6,84% no Ibovespa, a R$ 4,06, nesta quinta-feira (1º), em linha com o mercado externo e o PIB Brasil acima do esperado pelo mercado. Neste contexto, os papéis de Via (VIIA3) também avançaram 5,46%, a R$ 2,51.
Segundo Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, o setor de varejo se beneficia da euforia dos mercados movida pela flexibilização no teto da dívida dos EUA e do otimismo do mercado com os números do PIB Brasil acima do esperado, fazendo com que as taxas de juros trabalhassem em queda para praticamente todos os vencimentos.
“Como o setor de varejo se beneficia muito da queda na taxa de juros, por conseguir aumentar o volume de vendas pelo aumento do consumo geral na economia e também por se beneficiar de uma menor corrosão no fluxo de caixa, além de manter a alavancagem via dívida numa taxa mais barata, não poderíamos esperar menos que um dia de forte alta para o setor”, destacou.
Melhora do apetite ao risco no exterior
Após oscilarem perto dos ajustes de ontem e sem sinal definido ao longo da sessão, os juros futuros firmaram viés de baixa a partir das 16 horas, acompanhando a melhora do apetite ao risco no exterior, por sua vez, em meio ao aumento das apostas em ações mais “dovish” do Federal Reserve. Em boa parte do dia, andaram de lado, a despeito da agenda forte de indicadores nesta quinta-feira, que teve o PIB com viés desinflacionário. Nem a valorização do câmbio nem o fechamento dos Treasuries foram capazes de influenciar de forma relevante a dinâmica das taxas, num dia também de oferta firme de títulos prefixados no leilão do Tesouro.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13%, de 13,21% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025, em 10,44%, de 11,47%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,86%, de 10,90% ontem. A taxa para janeiro de 2029 ficou em 11,19% (11,24% ontem).
O sinal moderado de baixa na curva se instalou na reta final dos negócios, mas sem um vetor específico, acompanhando a melhora generalizada dos demais ativos, em especial o dólar voltando novamente a R$ 5. Porém, de maneira geral, as taxas vêm oscilando de forma marginal desde o começo da semana, sem ímpeto para uma realização consistente de lucros nem disposição para nova onda de redução nos prêmios de risco, que parece ter se esgotado após a reação à aprovação do arcabouço fiscal na Câmara e ao IPCA-15 de maio.
Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, confirma que hoje a curva não teve um fio condutor definido e que o “dia foi da Bolsa”, com o PIB e aprovação do acordo para elevação do teto da dívida pela Câmara dos Representantes nos Estados Unidos. “Imaginei que as taxas até iriam fechar com esse PIB, que chancela as apostas de corte da Selic, mas que, por outro lado, também já estavam bem precificadas”, comentou.
Projeto do Teto da Dívida é aprovado por Câmara dos EUA
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, na noite de quarta-feira (31), o projeto de lei que suspende o teto da dívida americana, por 314 votos a 117. O texto agora será submetido à avaliação do Senado, que precisa dar o aval à proposta antes de enviá-la à mesa do presidente Joe Biden.
A aprovação representa um importante passo para evitar que o EUA sejam forçados a dar um inédito calote na dívida. O Departamento do Tesouro estima que, se o teto não for elevado ou suspenso antes de 5 de junho, poderá ficar sem recursos para honrar obrigações financeiras.
Magazine Luiza e Via: oscilações e alta em maio
As ações da Via (VIIA3) e do Magazine Luiza (MGLU3) ficaram entre os destaques negativos do Ibovespa nesta terça (30). O movimento ocorreu após a divulgação dos números do Índice Geral de Preços (IGP-M), que caiu 1,84% em maio após um recuo de 0,95% em abril.
Na quarta, o Magalu se recuperou, e fechou o mês com alta acumulada de 12%. A Via encerrou maio com ganhos mais elevados, subindo 25%. No ano, o Magazine Luiza sobe 36% e a Via recua 4%.
De acordo com o mapeamento do Status Invest, nos últimos doze meses, as ações da Via apresentaram uma desvalorização de 21,13%. O Magazine Luiza sobe 7% no mesmo período.
Com Estadão Conteúdo