Na última sexta-feira (25), o governo brasileiro reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 18,5% a 25%. A medida alivia a carga tributária na produção de automóveis, eletrodomésticos da chamada linha branca – como refrigeradores, freezers, máquinas de lavar roupa e secadoras – e outros produtos industrializados. Analistas da XP Investimentos acreditam que empresas do setor varejistas, como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e até Natura (NTCO3) serão beneficiadas pela redução.
Conforme relatório feito pela XP Investimentos, o foco da medida é incentivar a indústria e comércio local, reaquecer a economia e gerar empregos.
A XP mapeou o IPI aplicado para os principais produtos que sofrem impacto dentro da cobertura da empresa, com os impostos aplicados em linha branca/eletrônicos variando entre 5% e 35%, e cosméticos, entre 0% a 42%.
Além disso, os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt afirmam que a maioria dos produtos finais dos segmentos de vestuário, calçados, medicamentos e alimentos não pagava IPI. Mas podem sim ser impactados positivamente, uma vez que determinadas matérias primas também eram afetadas pelo imposto.
Outro ponto importante mencionado pela XP é que o corte do IPI leva ao repasse de preços da indústria.
O posicionamento do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) é de que o corte é muito positivo e deve ajudar a arrefecer a inflação, além de fomentar a demanda por essas categorias.
“Nós, portanto, entendemos essa declaração como uma sinalização de que a indústria deve repassar o corte para os preços”, apontam os analistas da XP.
Afinal, quem ganha com o corte de IPI?
A XP acredita que a Magazine Luiza, Via e Natura devem ser as maiores beneficiárias da redução do IPI, uma vez que o corte deve levar a menores custos: “Acreditamos que deve ser repassado completamente para os preços finais para aumentar a demanda ou ser parcialmente incorporados nas margens”.
A Alpargatas (ALPA4) também deve recolher alguns benefícios, já que as principais matérias primas têm efeito do IPI.
“Finalmente, o varejo alimentar e as farmácias podem ser positivamente impactados por menores preços em parte d3e seu mix de vendas e um poder de compra mais preservado”, diz o texto.
Impactos negativos
Por outro lado, a XP afirma que menores impostos também simbolizam incentivos fiscais mais baixos. Companhias até então isentas de pagar o IPI, como a Zona Franca de Manaus, podem ser afetadas negativamente: vão sofrer redução dos benefícios fiscais, o que abala a sua competitividade.
Entretanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já reforçou que o governo está preocupado em não prejudicar a região enquanto as companhias que possuem operações lá devem buscar alternativas para proteger sua competitividade. “Destacamos a Vivara (VIVA3) e a Multilaser (MLAS3) como as empresas que possuem operações na ZFM dentro da nossa cobertura”, encerra o texto.
Cotações
A Magazine Luiza (MGLU3) fechou em alta de 4,99%, a R$ 6,31. A Via (VIIA3) subiu 1,85%, a R$ 3,86.