Magazine Luiza (MGLU3) e mais ações de varejo desabam. O que aconteceu?

As ações de varejistas tombaram nesta quinta-feira (20), com Magazine Luiza (MGLU3) fechando o pregão em queda de 2,39%, Via (VIIA3) caindo 7,06% e Americanas (AMER3) derretendo 13,77%.

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Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA, explica que as ações do setor de varejo, como Via, Magalu e Americanas, foram afetadas pelo avanço dos juros futuros e por especulações de que o cenário macroeconômico desafiador possa se refletir nos balanços do terceiro trimestre.

No caso da Americanas, a XP Investimentos previu que a companhia deve reportar resultados fracos, com a receita surpreendendo negativamente e a rentabilidade pressionada pela alavancagem operacional – o que leva a uma queima de caixa no trimestre.

A casa de análise também espera que o resultado do Magazine Luiza do 3T22 seja fraco, com o cenário macro desfavorável – o que reúne inflação ainda alta, embora em queda no Brasil, mas escalando na Europa e EUA, além de juros elevados. Esse quadro impacta negativamente a demanda por eletrônicos e bens duráveis, que representam a grande parte do GMV (volume bruto de mercadorias) da companhia.

Para a Via, a XP também prevê resultados fracos, com o crescimento de GMV e de receita pressionados, combinados com um prejuízo e queima de caixa.

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“Já a alta dos juros futuros ocorreu pelo pessimismo do exterior com a inflação persistentemente elevada”, disse Nishimura.

Os juros elevados afetam a demanda de empresas do varejo e reduzem a propensão de consumo dos clientes.

“A inflação vai subir mais, e persistir por mais tempo, e a taxa [de juros] vai precisar ficar mais alta. A população também vai começar a ter a sensibilidade de um aperto maior no bolso em função dos preços subindo, como o da gasolina. Isso prejudica a renda de clientes do varejo como um todo”, diz Rafael Marques, economista e CEO da Philos Invest.

Visão da XP para a Magazine Luiza

A XP espera que o GMV total do Magazine Luiza deva crescer 4% na comparação anual, com o canal online crescendo 4%.

O varejo físico do Magazine Luiza deve reportar vendas mesmas lojas (SSS) estáveis, em função da demanda pressionada pela linha branca, diz a XP.

A rentabilidade do Magalu deve crescer 370 pontos percentuais anualmente na margem bruta. Por fim, os analistas esperam um prejuízo líquido de R$ 144 milhões para o Magazine Luiza. No 2T22, a varejista havia revertido o lucro, registrando prejuízo líquido de R$ 135 milhões.

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Ana Clara Macedo

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