Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) vão à lona no Ibovespa hoje: o que derrubou as ações?

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) e da Via (VIIA3) fecharam em queda na tarde desta quinta-feira (24). Depois de dois dias em forte alta, o Ibovespa hoje também caiu, em um dia de cautela tanto em Nova York quanto no Brasil. Mas chama atenção o desempenho fraco das ações das duas principais varejistas da Bolsa.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

As ações do Magazine Luiza caíram 1,31%, cotadas a R$ 3,02, enquanto os ativos da Via tiveram queda de 1,84%, negociadas a R$ 1,60.

Cotação MGLU3

Gráfico gerado em: 24/08/2023
1 Dia

O setor de varejo seguiu o movimento do Ibovespa nesta quinta-feira. Segundo Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o pregão negativo reflete algumas dúvidas relacionadas ao posicionamento do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.

Conforme observa Gabriela Sporch, analista da Toro Investimentos, “o calendário econômico esteve mais vazio hoje, desde a manhã, com os investidores à espera do simpósio de Jackson Hole”, evento anual promovido pelo Federal Reserve de Kansas City, no Wyoming (EUA), que começou nesta quinta e terá como ponto alto, na sexta, as participações dos presidentes do Fed, Jerome Powell, e do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

Em meio às incertezas sobre o cenário global, Fernandes lembrou que os papéis de Magazine Luiza e Via são mais sensíveis a mudanças nas taxas de juros – o que está em jogo nos eventos de amanhã nos EUA, que podem influenciar até decisões do Banco Central no Brasil.

O desempenho do Magazine Luiza e da Via confirma o receio do sócio da A7 Capital sobre o peso da posição do Federal Reserve. Segundo o especialista, “os investidores estão mais cautelosos com o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, amanhã no Simpósio de Jackson Hole, pois temem que o discurso possa vir mais ‘hawkish’ que o esperado. Isso prejudicaria o rumo dos cortes da nossa Selic, que acaba esvaziando apostas de cortes mais agressivos”.

Ou seja, para Andre Fernandes, uma decisão que não indique um movimento de corte nos juros dos Estados Unidos “pode aumentar o diferencial de juros entre Brasil e EUA”. Um ritmo mais lento de cortes da Selic impacta negativamente o setor de consumo como um todo, “que já vem sofrendo com resultados ruins em seus balanços”, diz o analista.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

As incertezas do mercado sobre o posicionamento do Fed aumentaram nesta quinta-feira justamente por causa do Simpósio de Jackson Hole, em que dois dos três executivos do Federal Reserve apontaram para um caminho em que os cortes nos juros estão ‘longe’ de acontecer e existe a possibilidade de alta na inflação da principal economia do planeta. Portanto, o discurso de Jerome Powell, que acontece na nesta sexta-feira (25), ganha ainda mais relevância.

Magazine Luiza, Via: 300 maiores varejistas batem R$ 1 trilhão em vendas em 2022

Cinco empresas dominaram as vendas online no Brasil em 2022: Amazon (AMZO34), Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3), Mercado Livre (MELI34) e Via (VIIA3). Em 2022, o faturamento delas somou R$ 203,4 bilhões, considerando vendas de produtos de estoque próprio e de terceiros. A quantia representou no ano passado 78% do e-commerce nacional.

Os dados são da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), que rankeou as 300 maiores varejistas em faturamento, avaliando a participação e vendas totais dos marketplaces segundo apuração da consultoria NielsenIQ.

A maior fatia do faturamento foi para o Mercado Livre (MELI34), com R$ 80,5 bilhões em 2022. A seguir é possível conferir a parcela de cada um dos markeplaces:

  • Mercado Livre (MELI34): R$ 80,5 bilhões;
  • Americanas (AMER3): R$ 44,3 bilhões (número anteriores à crise de inconsistências contábeis);
  • Magazine Luiza (MGLU3): R$ 43,3 bilhões;
  • Via (VIIA3): R$ 20,5 bilhões;
  • Amazon (AMZO34): R$ 14,6 bilhões.

300 maiores empresas de varejo do país vendem mais de R$ 1 tri

Pela primeira vez, após enfrentarem o atípico ano de 2021 e o cenário econômico de muitos percalços pós-pandemia, as 300 maiores empresas varejistas brasileiras bateram um recorde de faturamento. O R$ 1,046 trilhão representou um crescimento nominal (sem descontar a inflação) de 19,9%, de 2022 ante 2021. O desempenho do varejo geral avançou nominalmente 14,1%.

O presidente da SBVC, Eduardo Terra, informou ainda que 96% das varejistas tiveram crescimento de vendas no ano passado, sendo que 89% delas registraram avanços de faturamento acima da inflação.

Outros pontos interessantes abordados na pesquisa são:

  • O Carrefour (CRFB3) é a maior empresa de varejo do País, com um faturamento de R$ 108 bilhões;
  • O ranking ainda é dominado por empresas de Supermercados, com 152 representantes, dos quais quatro estão no top 10 do varejo;
  • O setor de Moda, Calçados e Artigos Esportivos é o segundo com maior presença no ranking, com 38 empresas;
  • O Grupo Boticário é a empresa com mais lojas no Brasil, com 3.828 pontos de venda.

10 maiores empresas de varejo do Brasil – Carrefour, Assaí, Magazine Luiza e mais

Segundo o ranking da SBVC, as 10 maiores companhias varejistas do Brasil e seus respectivos faturamentos em 2022 foram:

  1. Grupo Carrefour Brasil (CRFB3): Faturamento de R$ 108 bilhões;
  2. Assaí (ASAI3): R$ 59,7 bilhões;
  3. Magazine Luiza (MGLU3): R$ 44,7 bilhões;
  4. Via (VIIA3): R$ 39 bilhões;
  5. Americanas (AMER3): R$ 34,4 bilhões;
  6. Raia Drogasil (RADL3): R$ 30,9 bilhões;
  7. Grupo Boticário: R$ 23,6 bilhões;
  8. Natura&Co (NTCO3): R$ 20,7 bilhões;
  9. Grupo Mateus (GMAT3): R$ 20,4 bilhões;
  10. GPA Alimentar (PCAR3): R$ 18,4 bilhões.

*Com Mateus Vasconcellos

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Redação Suno Notícias

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno