Magazine Luiza (MGLU3) deve ser única a crescer do varejo, mas terá prejuízo milionário, dizem analistas

Segundo analistas da Genial Investimentos, o Magazine Luiza (MGLU3) deve ser a única companhia do segmento de varejo a reportar um crescimento no seu balanço do 3T22. Apesar disso, deve ser um crescimento tímido, e a Selic elevada deve penalizar a empresa, aumentando o custo de capital. Assim, a recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 5,20.

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A estimativa é de que o Magazine Luiza tenha um GMV (volume total de venda) Líquido Total, a R$ 14,1 bilhões, representando uma alta de 2,7% em relação a igual período do ano anterior.

A Genial aponta que o grande diferencial deve ser o e-commerce do Magazine Luiza, com performance praticamente estável em relação ao terceiro trimestre de 2021, enquanto players concorrentes “devem amargar forte desaceleração com as vendas”.

“A incorporação de vendas da KaBuM! ─ que está sendo adicionado nos resultados neste ano ─ deve aliviar o ‘sufoco’ (novamente) nessa linha. Estimamos um GMV Digital de R$ 10,2 bilhões, com a linha de 1P (inc. take rate) crescendo a 2%no comparativo anual e o 3P em 4%”, dizem os analistas Igor Guedes e Iago Souza.

Nas lojas físicas a Genial estima uma “inflexão positiva”.

“Com a retomada do fluxo para as lojas, esperamos que o Magalu registre R$ 3,9b (+2,7% a/a) no faturamento desse canal, impactado principalmente pelo efeito de lojas ainda não maduras. A nossa perspectiva para o SSS (“Same Store Sales”) ainda deve ser negativa, com queda de 4%”.

Magazine Luiza no 3T22, segundo a Genial

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Os analistas esperam, em termos de rentabilidade, uma forte recomposição na margem bruta, ano contra ano.

“Com o salto da inflação no 2º semestre do ano passado, observamos uma grande quebra de expectativa no escoamento de vendas durante esse período. O Magalu, assim como as outras varejistas do setor, sofreu com a sobre-estocagem nos dois últimos trimestres do ano”, dizem os especialistas.

“Diante de um grande volume de estoque e sem elasticidade de venda, a companhia precisou correr para ajustar sua rentabilidade de maneira a enfrentar os ventos contrários às vendas de produtos próprios (1P), que em sua maioria são produtos de linha branca, marrom e eletroeletrônicos. A inflação galopante reduziu substancialmente o fluxo de pessoas para as lojas físicas. Com o digital ganhando penetração nas vendas totais, a margem bruta caiu consideravelmente, a 20,1% no consolidado do 3T21”, concluem.

Mesmo com essa recomposição operacional, a casa destaca que os juros em alta devem ser o grande vilão para a varejista, assim como para as demais concorrentes.

“Com uma Selic média saindo de 5,25% para 13,50% em 12 meses, as despesas financeiras do Magalu devem aumentar fortemente em relação a 2021, principalmente as linhas de juros de empréstimos e antecipação de cartão de crédito Não esperamos que Magalu fuja da “zona vermelha” nesse 3T22″.

Indicadores de MGLU3

Atualmente, segundo dados do Status Invest, as ações MGLU3 negociam a um preço sobre Ebitda de 30,04x, ante 34,79x de EV/Ebitda e 1,62 de Valor Patrimonial por Ação (VPA).

Os papéis do Magazine Luiza estão cotados a R$ 4,43, representando uma queda de 9,7% nos últimos 30 dias e uma retração de 34% no acumulado de 2022.

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Eduardo Vargas

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