As ações do Magazine Luiza (MGLU3) despencaram nesta sexta-feira (5), liderando as perdas do índice, em linha com a escalada dos juros nos últimos dias, o que acaba refletindo nos papéis das companhias do setor de varejo.
No fechamento, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) caíram 3,39%, cotadas a R$ 1,71. As ações de outras varejistas também despencavam em bloco. Apenas os papéis da Casas Bahia fecharam em alta. Confira:
- Carrefour (CRFB3): queda de 1,98%, a R$ 13,40;
- Lojas Renner (LREN3): queda de 2,64%, a R$ 16,94;
- Pão de Açúcar (PCAR3): queda de 2,’83’9%, a R$ 2,68
- Casas Bahia (BHIA3): +0,75%, a R$ 6,84.
Cotação MGLU3
“O varejo como um todo tem sofrido nos últimos dias, principalmente pela escalada dos juros. A gente tem os juros futuros, tanto aqui quanto lá fora, chegando nos mesmos patamares de outubro do ano passado, bem elevados. Essa incerteza local também, em relação à diretoria do Banco Central (BC), preocupou um pouco. Outros fatores em relação ao fiscal também preocupam, a gente teve o colapso orçamentário já elevado. Então, toda essa dinâmica faz com que os juros se mantenham altos e automaticamente o setor sofre”, explica Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital.
“A Magalu estava lateralizada desde novembro do ano passado, mantendo-se mais ou menos na casa dos R$ 2,00, e agora cedeu nos últimos dias, desde o final de março, caindo quase 18%. Então, realmente a gente consegue observar que é um movimento mais baseado no cenário macroeconômico do que propriamente alguma coisa vinda diretamente das empresas”, completa Pletes.
Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3): balanços mostram cenário ainda desafiador para o setor, diz BB-BI
Em relatório mais recente sobre o setor de varejo, o BB Investimentos pontuou que os resultados do 4T23 da Casas Bahia (BHIA3) e do Magazine Luiza revelam um cenário ainda desafiador para o segmento, mas com perspectivas de melhora para o primeiro trimestre de 2024, com projeções de desempenho superior ao do Ibovespa.
Dentro das companhias do universo de cobertura do BB Investimentos, a casa observou que no mês de março – período em que a temporada de balanços do 4T23 foi encerrada – a Casas Bahia viu seu papel despencar, refletindo os resultados abaixo das estimativas do mercado.
As ações da Casas Bahia fecharam o mês de março em queda de 25%, o segundo principal destaque de baixa do Ibovespa. Assim, os papéis reverteram a valorização de 14,58% registrada em fevereiro.
Após um 2023 difícil, a Casas Bahia continua em contexto penoso, segundo diversos analistas. No quarto trimestre de 2023 (4T23), a companhia apresentou um prejuízo contábil de cerca de R$ 1 bilhão, aumentando as perdas em 513,5% na comparação anual.
No caso de sua principal concorrente, o Magazine Luiza (MGLU3), o BB-BI observou que apesar de ter apresentado melhora na rentabilidade, o crescimento moderado das vendas da varejista preocupou o mercado.
No período, o lucro líquido ajustado do Magazine Luiza foi de R$ 101,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 15,2 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Com isso, a administração chamou esse intervalo de “trimestre da virada”.