As ações das empresas ligadas ao setor do varejo, como Magazine Luiza (MGLU3) e Arezzo (ARZZ3), tiveram um dia difícil no pregão desta terça (25) e caíram em bloco. O movimento ocorreu após a divulgação dos números da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de fevereiro/23, indicador que apresentou uma queda de 0,1% no setor, ante janeiro deste ano.
No Ibovespa hoje, as varejistas apresentaram quedas significativas. Confira como os principais papéis fecharam o dia:
- Guararapes/Riachuelo (GUAR3): queda de 5,01%, ao preço de R$ 4,17;
- C&A (CEAB3): queda de 4,93%, ao preço de R$ 2,70;
- Arezzo (ARZZ3): queda de 3,51%, ao preço de R$ 62,40;
- Assaí (ASAI3): queda de 3,26%, ao preço de R$ 12,48;
- Magazine Luiza (MGLU3): queda de 3,25%, ao preço de R$ 3,28;
- Lojas Renner (LREN3): queda de 2,19%, ao preço de R$ 14,77.
Varejo: O que esperar das ações deste setor?
Os economistas Carlos Pedroso e Mauricio Nakahodo, do banco MUFG, estão receosos com o setor do varejo: “Esperamos um desempenho mais fraco das vendas no varejo à frente, especialmente nos segmentos mais dependentes do crédito, que podem enfrentar dificuldades devido à política monetária restritiva e ao alto endividamento das famílias”.
“Por outro lado, os segmentos mais ligados à renda podem se beneficiar de alguma melhora adicional nas condições do mercado de trabalho e de gastos públicos mais elevados em programas sociais. A recuperação desse último segmento pode não ser mais acentuada, pois a inflação de 6% esperada para 2023 corrói o poder de compra da população e, também, porque esperamos uma melhora mais tímida na criação líquida de empregos à medida que a economia se desacelera”, projetaram.
Os analistas da XP Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt disseram, em relatório, que esperam uma “tendência mista do setor para frente”.
“Pensando em um horizonte mais curto, ainda acreditamos que o setor deva sofrer com uma perspectiva negativa para as vendas mais sensíveis a crédito, refletindo condições de financiamento mais apertadas, maior percepção de risco no ambiente econômico e níveis elevados de endividamento das famílias brasileiras”, argumentaram os profissionais.
“Por outro lado, as vendas de produtos mais sensíveis à renda devem apresentar um ligeiro crescimento, uma vez que a recuperação do mercado de empregos, os subsídios governamentais para famílias mais pobres e a desaceleração da inflação de alimentos e bens industriais devem suportar um crescimento em torno de 1,5% nas vendas do varejo para 2023″, complementaram os especialistas da XP.
A XP trabalha com recomendação neutra para as ações do Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 5.
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