Magazine Luiza (MGLU3) ganha R$ 3,7 bilhões em valor de mercado após balanço

Após divulgar o seu resultado financeiro referente ao segundo trimestre de 2022, o Magazine Luiza (MGLU3) subiu mais de 17% no Ibovespa, com cotação de R$ 3,58.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/04/mglu3-materia-desktop.jpg

Trata-se da maior alta no intradia para as ações do Magazine Luiza desde meados de março de 2020. Com isso, a companhia ganhou algo em torno de R$ 3,7 bilhões em valor de mercado – dado que as ações listadas em bolsa representam uma fatia de todo o capital social da empresa.

Atualmente, segundo dados do Status Invest, o Magazine Luiza vale R$ 24,1 bilhões. O número é mais do que o dobro do patrimônio líquido da empresa, de R$ 11,1 bilhões, e resulta em um valor de firma de R$ 29 bilhões.

A valorização recente, no pregão de sexta (12), atenua a queda dos papéis em janelas de tempo mais longas, já que a empresa sofre com a inflação de dois dígitos e com juros mais altos, segundo especialistas.

Resultado do Magazine Luiza ante a estimativa da XP - Foto: Reprodução/XP Investimentos
Resultado do Magazine Luiza ante a estimativa da XP – Foto: Reprodução/XP Investimentos

Os papéis MGLU3 caem 44% nos últimos seis meses e 46% desde o início de 2022, apesar da recuperação recente. Se considerada uma janela de 12 meses, a queda é de 82%.

A companhia registrou um prejuízo líquido de de R$ 135 milhões no 2T22, em número ainda maior do que o esperado pelos analistas. O consenso Bloomberg, por exemplo, projetava R$ 86 milhões de prejuízo para o Magazine Luiza no 2T22.

Ainda que com esse número, a empresa apresentou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 492,1 milhões, ante projeções de R$ 463 milhões do consenso.

Veja mais números do resultado do Magazine Luiza

Segundo a varejista, o prejuízo foi influenciado principalmente pelo aumento das despesas financeiras no período.

A margem Ebitda ajustada da companhia foi de 5,7% no 2T22, avançando 0,6 p.p. comparada ao 2T21, enquanto a receita líquida foi de R$8,6 bilhões, queda de 5% ante o 2T21.

As despesas financeiras líquidas da varejista somaram R$ 493,8 milhões, equivalentes a 5,8% da receita líquida.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Planilha-controle-de-gastos.png

O Magazine Luiza justificou essa alta nas despesas “devido ao aumento da taxa de juros na economia brasileira ao longo do ano – a taxa Selic passou de 2,75% a.a. no começo de abril 2021 para 13,25% a.a. no final de junho de 2022. Desconsiderando os efeitos dos juros de arrendamento mercantil, a despesa financeira líquida foi de R$ 427,8 milhões no 2T22, equivalente a 5,0% da receita líquida”, aponta o balanço do 2T22.

A margem bruta, que mede a rentabilidade da companhia, cresceu 3,0 pontos porcentuais e foi a 28,6% no 2T22. “Esse aumento é reflexo do crescimento da receita de serviços, principalmente daqueles relacionados ao marketplace”, disse a gestão da companhia sobre o indicador.

Cenário desafiador e caixa positivo para MGLU3, diz XP

Após o resultado, os analistas da XP Investimentos destacaram que o cenário segue “desafiador” apesar da geração de caixa positiva no trimestre, de R$ 1 bilhão. Isso pois os concorrentes registraram queima de caixa, ‘impulsionada pela redução de estoques e recebíveis’.

Os analistas Gustavo Senday, Danniela Eiger e Thiago Suedt mantém a recomendação neutra para as ações do Magazine Luiza, ainda vendo um cenário competitivo e acirrado no varejo.

Os adjetivos usados para falar sobre o trimestre incluem “fraco” e “com uma dinâmica desafiadora de receita”.

“O GMV [Volume Bruto de Vendas, do inglês] total cresceu 1% no comparativo anual, com queda nas vendas do estoque próprio, compensada pelo desempenho dos estoque de terceiros, que apresentaram crescimento de +22% no comparativo anual, por conta da boa performance na categoria de produtos de calda longa”, diz a XP sobre o balanço do Magalu.

“Nós estimamos uma queda orgânica de 19% para o 1P, ao passo que o canal físico se manteve estável no comparativo anual,, fato que acreditamos ser explicado pelo cenário macroeconômico desafiador, que impactou o poder de compra dos consumidores e o apetite por financiamento”, concluem os analistas sobre o Magazine Luiza.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno