Magazine Luiza (MGLU3) reverte lucro e tem prejuízo de R$ 161 mi no 1T22, acima do esperado

O Magazine Luiza (MGLU3) divulgou nesta segunda-feira (16) seu balanço do primeiro trimestre de 2022 (1T22). A varejista reverteu o lucro e registrou prejuízo líquido de R$ 161,3 milhões. No quesito ajustado, o prejuízo foi de R$ 98,8 milhões.

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O prejuízo, conforme o relatório de resultados da companhia, foi influenciado principalmente pelo aumento das despesas financeiras no período. O resultado veio acima do projetado por analistas do mercado — que estimavam R$ 100 milhões no prejuízo.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 2,643 bilhões entre janeiro e março, alta de 34,4% na base anual. Já o Ebitda ajustado do Magazine Luiza foi de R$434,2 milhões, com alta de 1,7%. Os valores vieram em função de aumento de vendas, com destaque para o marketplace e o site KaBuM!, em conjunto com o aumento da margem bruta.

Magazine Luiza

A margem Ebitda foi de 3,9% no primeiro trimestre de 2022, queda de 4,5 pontos percentuais ante o 1T21, quando atingiu 8,4%. Entretanto, no aspecto ajustado, alcançou 5%, alta de 2,7 pontos percentuais.

“Vale destacar que, no mês de março de 2022, a margem Ebitda já alcançou 6,1%, reflexo dos ajustes realizados com o objetivo de equilibrar vendas e rentabilidade”, aponta o balanço do 1T22 do Magazine Luiza.

O diretor Financeiro do Magazine Luiza, Roberto Bellissimo, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que, no trimestre, a diluição dessas despesas foi menor. “As despesas pesaram um pouco mais. Um pouco por causa da inflação, um pouco por causa do crescimento nas lojas físicas e categorias de duráveis que foi um pouco abaixo da inflação. Então, não diluímos no trimestre as despesas operacionais“, afirmou.

Rentabilidade do Magazine Luiza

Por outro lado, a margem bruta, que mede a rentabilidade da companhia, cresceu 2,7 pontos porcentuais e foi a 27,8%. Bellissimo explica que a companhia optou por repassar ao preço final o aumento de inflação de custo dos produtos e a alta da taxa de juros.

Eduardo Galanternick, vice-presidente de Negócios do Magazine Luiza, destacou ainda que, sempre que essa escolha é feita, abre-se mão de vendas, mas que a companhia busca o equilíbrio de crescimento com rentabilidade e, por isso, tomou essa decisão.

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Vendas de e-commerce cresceram 16% no 1T22

O e-commerce do Magazine Luiza cresceu 16% no trimestre e atingiu mais de R$10 bilhões em vendas. Nos últimos dois anos, o crescimento foi de 149%.

As vendas do marketplace ultrapassaram 3,6 bilhões no trimestre, um crescimento de 50% na base anual e representaram 36% das vendas online. No acumulado dos últimos 2 anos, o marketplace do Magazine Luiza triplicou de tamanho.

Já o valor de vendas totais da companhia foi de R$ 14 bilhões nos primeiros três meses de 2022, crescendo 13% comparado ao mesmo período de 2021.

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O marketplace conta com mais de 180 mil sellers e 64 milhões de ofertas disponíveis para venda. Em um ano, foram mais de 100 mil novos sellers na plataforma, informa o Magazine Luiza.

Nas lojas físicas, as vendas foram de R$ 4 bilhões no trimestre, 6% maior que em 2021. “A tendência de vendas vista em janeiro e fevereiro foi significativamente melhor que no final de 2021 e, em março, o crescimento acelerou ajudado parcialmente pela menor base de comparação”, diz a companhia.

Fintech do Magalu

A fintech do Magazine Luiza cresceu 89% no primeiro trimestre de 2022, alcançando R$ 21 bilhões em TPV (Volume Total de Pagamentos).

“Destaque para o crescimento de 50% no TPV de cartão de crédito, que atingiu R$12 bilhões nos primeiros três meses do ano – são mais de 7 milhões cartões de crédito emitidos e R$ 19 bilhões em carteira de crédito”, afirma a companhia, em texto.

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Na Luizacred, joint venture entre o Magazine Luiza e o Itaú, Bellissimo diz que crescimentos fortes como o apresentado no cartão de crédito leva a provisões maiores pelo critério do IFRS. “Sentimos um pouquinho de aumento de inadimplência. O NPL 90 subiu 1 ponto (porcentual) no trimestre: 5,6%, em dezembro, para 6,6%. Ou 1,6 ponto porcentual na comparação com março de 2021, mas ainda está muito abaixo de março de 2020, que era de 8,2%”, complementa.

Ele ressalta que a inadimplência aumentou no mercado como um todo em razão de inflação e alta de juros e que, no Magazine Luiza, o crescimento acelerado da carteira contribuiu para a alta do indicador. “Clientes novos, geralmente, são um pouco mais arriscados”.

Cotação

As ações do Magazine Luiza fecharam em alta de 1,60%, a R$ 4,45. Jansen da Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos, afirmou que a alta do dia foi referente ao fechamento da curva de juros de janeiro de 33 em queda de 1,20%, o que levou o setor de varejo da Bolsa a encerrar a sessão como um dos destaques do dia, em conjunto com o setor imobiliário.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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