Magazine Luiza (MGLU3) despenca 14% após balanço, mas Goldman vê upside de 61%
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) operam em forte queda depois que a empresa divulgou seu balanço de terceiro trimestre na noite de ontem (11), com lucro 89,53% inferior na base anual, com queda nas vendas das lojas físicas, maiores despesas e margens mais comprimidas.
Para o Goldman Sachs, esse resultado foi uma “combinação formidável de pressões na cadeia de oferta e demanda, com maior competição e investimentos para o crescimento futuro”. O banco suíço manteve sua recomendação de compra para o Magazine Luiza, com preço-alvo para 12 meses em R$ 22,0.
Isso representa um potencial de valorização de 61,2% com base no fechamento de quinta (R$ 13,65).
Os analistas do banco reconhecem “uma configuração mais desafiadora para o desempenho de curto prazo“, mas acreditam que as margens devem melhorar nos próximos meses. Em relatório divulgado nesta sexta (12), eles anteciparam a reação negativa do mercado, observada no movimento de venda das ações do Magazine Luiza hoje.
Às 12:10 desta sexta, as ações do Magalu caíam 14,14% no Ibovespa, sendo negociadas a R$ 11,72.
De acordo com o balanço da varejista, o percentual das despesas operacionais ajustadas da companhia, em relação à receita líquida, foi de 20,6% no período de julho a setembro deste ano, um incremento de 1,1 p.p. comparado ao ano passado. A justificativa é a menor diluição das despesas nas lojas físicas no período e aumento das despesas de marketing no e-commerce.
Com isso, a receita líquida pressionou a margem Ebitda ajustada, que passou de 6,8% para 4,1%. O consenso do Goldman Sachs era de uma margem de 4,9% para o período.
O banco suíço indica no relatório que as dúvidas dos investidores focam nessas margens e na perspectiva de sustentabilidade delas em um setor altamente competitivo, como é o do comércio eletrônico do Brasil.
Entretanto, segundo os analistas, a maior pressão neste trimestre foram “ventos contrários que devem gradualmente se dissipar nos próximos trimestres”.
Riscos das ações do Magazine Luiza
Ainda assim, o Goldman Sachs aponta uma lista dos riscos de investir nas ações do Magazine Luiza. Os destaques são:
- Aumento da competição de operadores históricos e de novos participantes no mercado;
- Investimentos acima do esperado, pressionando negativamente as margens, o fluxo de caixa e os retornos;
- Riscos potenciais de execução para acelerar o crescimento do mercado 3P;
- Custos de logística acima do esperado, para crescimento em regiões com densidade mais baixa,
- Competição amplamente agressiva em cobertura de entregas gratuitas e subsídios gerais de entrega.
Mas a recomendação de compra para as ações do Magalu se mantém, com preço-alvo para 12 meses em R$ 22,0. O BB Investimentos também manteve sua recomendação de compra para a varejista, mas com preço-alvo a R$ 22,90 ao final de 2022.
Na avaliação do BB, o resultado trimestral do Magalu foi negativo, já que “uma tempestade perfeita no cenário macro” impactou o resultado.
Em relatório assinado por Georgia Jorge, o BB aponta que “apesar de já consideramos em nossas projeções um cenário mais desafiador, com vendas mais pressionadas e queda de margens na comparação anual, os resultados apresentados vieram abaixo do esperado, o que nos sinaliza que, apesar das grande fortalezas que a Magazine Luiza possui, a companhia não passará incólume ao ambiente menos propenso às venda de bens duráveis, segmento ao qual ainda se encontra bastante exposta, ainda que esteja investindo para diversificar cada vez mais suas receitas. A esse respeito, pontuamos como positiva a evolução observada nos indicadores relacionados aos serviços financeiros da companhia, com evoluções expressivas de volume total de pagamentos, carteira de créditos e nas contas digitais.”
