O que esperar do Magazine Luiza (MGLU3) em 2023? Luiza Trajano adianta planos
Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza (MGLU3), adianta que o foco da varejista em 2023 será na consolidação do marketplace e no cuidado com os vendedores e pequenos empreendedores da plataforma. A executiva não teme as projeções de aumento dos juros e da inflação para o próximo ano, nem uma eventual desaceleração do varejo.
“Estamos trabalhando para consolidar ainda mais o marketplace e dar aos vendedores e pequenos empreendedores condições para sobreviverem bem. Compramos muitas empresas, desde treinamento até logística, e passamos a nossa experiência, tudo que nós temos de sistema, para o pequeno e micro empresário”, explica Luiza em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
As previsões da Organização Mundial do Comércio (OMC) apontam que o varejo mundial deve desacelerar no próximo ano e crescer apenas 1%, sendo que a previsão anterior era de 3,4%.
Passada a Black Friday, as incertezas sobre o cenário político e o endividamento da população preocupam o mercado e jogam um balde de água fria no setor. Contudo, não é assim que Luiza Helena Trajano enxerga esse horizonte:
Escutei isso a vida toda: ‘Ah, o varejo vai desacelerar’, depois ‘ah, não vai mais desacelerar’ e etc. Então, nem entro nisso mais porque eu acredito que o Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) vai continuar, e isso é muito importante para o varejo.
Para a executiva, o ano de 2022 no Magalu foi de aprendizado: “Este foi um ano de pós-pandemia, já tínhamos comprado muitas empresas e o mercado, nesse segmento, já comprou muito antes o crescimento [da companhia]”.
“Nos últimos três anos, o crescimento foi grande e 2022 foi um ano que paramos para estruturar tanta coisa que nós crescemos. Foi um ano de aprendizado”, resume.
Magazine Luiza em crise?
Segundo um levantamento do Status Invest, nos últimos doze meses, as ações do Magalu derreteram 54,21% na bolsa de valores. Contudo, a executiva defende que o investidor tem “vários motivos” para comprar os papéis da varejista.
“Primeiro porque o Magazine Luiza é um multicanal nacional muito forte. Nascemos no canal físico e conseguimos continuar com lojas físicas – vemos que todo mundo hoje valoriza as lojas físicas –, mas também digitalizamos as vendas”, inicia Luiza, ao ressaltar que a sua empresa saiu na frente nesse quesito.
Com todo respeito a todas que nasceram no digital, mas você vê que elas estão entrando no mundo físico agora. Foi quando começaram a olhar o Magazine Luiza de forma diferente.
“Além disso, não aceitamos vendedores que fazem qualquer tipo de coisa contra o ESG ou pirataria, mesmo que isso dê dinheiro. Nós lutamos pela sustentabilidade da empresa”, complementa a dona do Magazine Luiza.