Magazine Luiza (MGLU3) avança na moda; Renner (LREN3) e C&A (CEAB3) devem temer?
Para comprar geladeira e televisão, o Magazine Luiza (MGLU3) pode ser um dos primeiros markeplaces a vir à mente dos consumidores. Mas e roupas? Talvez os nomes lembrados sejam Lojas Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Arezzo (ARZZ3). Porém, com o objetivo de mudar esse cenário, o Magalu também está investindo para se tornar uma varejista de moda.
Em outubro do ano passado, o Magazine Luiza lançou a sua marca de roupas VistaMagalu. Já neste mês, a plataforma fez parceria com o hub Nordestesse, que fomenta a produção de estilistas nordestinos. E as movimentações não param por aí. O marketplace ainda conta com diversas marcas — de pequenas a grandes — em seu portfólio e produtos que vem direto de fábrica.
Os diferenciais do Magalu em relação a outras companhias do setor como Lojas Renner são:
- 0 apoio às pequenas empresas de moda;
- a ligação entre o consumidor final e a fábrica;
- a diversidade de produtos;
- a presença de sua própria marca.
“Sem dúvidas temos o objetivo de ser um destino para moda, com a característica de mostrar um portfólio bastante diverso. Hoje nós temos 20 mil sellers e cerca de 200 marcas. O nosso objetivo é oferecer ao consumidor final a oportunidade de comprar marcas grandes até marcas menores e também oferecer ao consumidor produtos direto de fábricas”, disse a diretora de Moda e Beleza do Magalu, Silvia Machado, em entrevista exclusiva ao SUNO Notícias.
Entre as marcas reconhecidas estão Calvin Klein, Lacoste e Hering. Entre as pequenas, o Magalu está investindo em marcas autorais que não possuem muita presença no digital.
“A maior parte das varejistas de moda no Brasil são analógicas. Então nós temos como missão e objetivo apoiar essa digitalização do varejo. Olhando para moda, vemos também que há uma necessidade de sair desse eixo sudeste e sul e abrir espaços para outras regiões do país, e o nordeste é uma delas. Então para nós faz muito sentido ajudar a fomentar essas marcas.”
“Nós apoiamos essas marcas autorias com vendas no digital, estoques, logística e marketing digital, todo esse arsenal que é importante para se ter desempenho no digital”, completou Machado.
Para fomentar ainda o mercado de moda, o VistaMagalu vem com uma proposta diferente de vestir todos os tamanhos, para abraçar diferente públicos. Os produtos do VistaMagalu vão desde PP ao G5, o que não é comum, visto que, para tamanhos plus sizes acabam existindo marcas de roupas específicas.
“O nosso objetivo é alcançar diferentes públicos, diferentes classes sociais, não temos um posicionamento nichado e não faria sentido lançar uma marca de moda nichada. Temos preços bastantes atrativos, tem uma competitividade de preço bem alta.”
Renner, C&A e Arezzo devem temer Magazine Luiza?
Que a concorrência no setor de vestuário é grande isso todos já sabem, mas agora estamos falando de uma concorrente cujo martkeplace é um dos maiores do País. O Magazine Luiza já é um dos principais players no segmento de bens duráveis, e agora tem o objetivo de ser uma varejista de moda. Será que Lojas Renner, C&A e Arezzo devem temer a presença do Magalu?
A diretora de Moda Machado diz que não é bem assim. Isso porque o posicionamento do Magalu tem mais como objetivo algo que ela chama de “coompetição”.
O Magazine Luiza, segundo a diretora, não tem o intuito de competir diretamente com os grandes players do mercado da moda, mas possibilitar que esses também tenham acesso para divulgar seus produtos no marketplace do Magalu.
“Para a concorrência nós nos posicionamos com ‘coompetição’, nos colocamos como marketplace que apoia a outras marcas. Então acreditamos que não competimos, na verdade, nós colaboramos, nós possibilitamos que elas estejam onde os consumidores estão.”
Para exemplificar essa ‘coompetição’, a diretora utiliza o exemplo da Marisa (AMAR3), que é uma das vendedoras de sua marca na plataforma de moda do Magazine Luiza.