Os ex-donos da Kabum, os irmãos Thiago e Leandro Ramos, devem entrar com uma ação judicial contra a Magazine Luiza (MGLU3), de acordo com informações do Estadão/Broadcast.
Os fundadores da Kabum alegam, segundo apurou o Broadcast, que sofreram calúnia e difamação da Magazine Luiza sobre os motivos do desligamento da empresa. Os irmãos foram demitidos em abril deste ano.
A varejista disse à reportagem do Estadão que pode entrar com processo contra os irmãos Ramos “para reaver danos gerados pela acusação”
Agora, os irmãos pedem uma retratação pública de Frederico Trajano, CEO do Magalu, e de outros executivos da empresa.
Na Justiça do Trabalho, a Magazine Luiza havia alegado que os irmãos Ramos teriam usado o Kabum, depois de já incorporado pela varejista, para pagar contas particulares, importar carros e abrir uma empresa concorrente.
Magazine Luiza: fundadores da Kabum rebatem acusações
De acordo com o Broadcast, a defesa dos irmãos apresentou mensagens trocadas com um conselheiro sobre a importação dos carros e a possibilidade de que os valores fossem abatidos de créditos fiscais do Kabum que, por contrato, caberiam aos irmãos Ramos.
Em relação à suposta empresa concorrente criada por eles, os advogados argumentam que é apenas uma sociedade patrimonial, exclusivamente imobiliária.
Magalu vs Kabum: entenda o caso
Os irmãos acusam o Itaú BBA de conflito de interesses durante as negociações para a venda do Kabum ao Magalu. Os advogados da dupla argumentam que o banco “manobrou para que propostas ou negociações com outros interessados fossem sabotadas, minadas ou abandonadas de modo que [os sócios do Kabum] fechassem negócio com o Magazine Luiza”.
Nos trâmites do processo, o Itaú BBA contestou todas as acusações e afirmou que essa “manobra” da produção antecipada de provas está sendo solicitada porque a dupla não tem como sustentar a denúncia de suposta sabotagem na operação de venda do Kabum ao Magazine Luiza.
No final de fevereiro, os irmãos registraram um boletim de ocorrência contra a varejista, logo após a suspensão do contrato de trabalho. De acordo com informações publicadas pelo jornal Valor Econômico, após a demissão por justa causa, os fundadores do Kabum entraram com uma ação trabalhista na qual alegam que o término ocorreu sem justa causa e, por isso, devem receber verbas rescisórias, bônus e um pagamento por danos morais.
Irmãos pedem arbitragem para anular venda de R$ 3,5 bi
Em julho, os fundadores do Kabum protocolaram um pedido de instauração de arbitragem para anular a venda da empresa ao Magazine Luiza (MGLU3), segundo apuração do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Segundo a publicação, os irmãos pedem que a Câmara de Comércio Brasil-Canadá desfaça o negócio para restitui-lhes as ações da empresa ou para condenar o Magazine Luiza a pagar uma indenização que garanta o recebimento do preço acordado.
A varejista digital especializada em produtos para games foi vendida para o Magazine Luiza em 2021. O contrato previa um pagamento de R$ 3,5 bilhões, sendo por R$ 1 bilhão em dinheiro e outros R$ 2,5 bilhões em ações do Magazine Luiza – dos quais R$ 1 bilhão a serem pagos em 2024.
Cotação
Hoje, as ações da Magazine Luiza ficaram cotadas a R$ 2,92, com queda de 0,34%.
Cotação MGLU3
Notícias Relacionadas