Segundo Ata de Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada na segunda (18), a Magazine Luiza (MLGU3) poderá distribuir 16,93% do lucro de 2021 em dividendos.
Dito isso, a cifra dos dividendos do Magazine Luiza fica acima do que é o ‘piso’ obrigatórios dos proventos, de 15% do lucro do exercício fiscal. Este valor mínimo tem base no que há no estatuto social da companhia.
Em termos absolutos, serão R$ 100 milhões pagos em dividendos, segundo a ata.
Consta na Ata da Assembleia:
- Apreciação do relatório da administração, das contas dos administradores, das demonstrações financeiras da Companhia e do parecer dos auditores independentes referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de2021
- Aprovação da destinação do resultado do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2021, incluindo distribuição de dividendos
- Eleição dos membros do Conselho de Administração da Companhia e definição do número de membros do referido órgão, com base nos limites previstos no estatuto social da Companhia
- Eleição dos membros do Conselho Fiscal da Companhia e definição do número de membros do referido órgão, com base nos limites previstos no estatuto social da Companhia
- Aprovação da remuneração global do Conselho de Administração, da Diretoria Estatutária e do Conselho Fiscal da Companhia para o exercício social de 2022
Os acionistas de MGLU3 já receberam um total de R$ 270 milhões em juros sobre o capital (JCP) durante o ano de 2021, segundo informações da varejista.
Já no acumulado dos cinco anos anteriores, a varejista realizou um pagamento de dividendos de R$ 821 milhões. O volume representa uma média de R$ 164 milhões por ano.
O topo foi em 2017, quando a companhia pagou R$ 0,42 no anualizado em proventos. Veja o desempenho:
- 2012: R$ 0,01
- 2014: R$ 0,04
- 2015: R$ 0,05
- 2017: R$ 0,42
- 2018: R$ 0,21
- 2019: R$ 0,04
- 2020: R$ 0,05
- 2021: R$ 0,02
Desempenho de Magazine Luiza
Indo ‘do céu ao inferno’, as ações do Magazine Luiza caem 72% nos últimos 12 meses, com 57% de baixa se considerada a janela do último semestre.
Os papéis sangram com um cenário especialmente ruim para o varejo brasileiro, com IPCA perto do topo e um custo de capital cada vez maior, dada a alta da Selic.
Além disso, a onda de consumo da pandemia foi freada e a presença de players estrangeiros pressionou ainda mais a margem e as operações das varejistas nacionais de um modo geral.
O economista e assessor de investimentos da Aspen Investimentos, Carlos Lopes, diz que o impacto das empresas estrangeiras no comércio é real.
“Os marketplaces internacionais como o Aliexpress e a Amazon cresceram no Brasil no último ano de uma forma predatória, importando produtos sem pagar os impostos que as nacionais pagam, como o ICMS. Já as empresas brasileiras, investiram no comércio online durante a pandemia, pois as lojas físicas ficaram um bom tempo fechadas. Porém, os resultados ainda não chegaram para essas empresas”, afirma o especialista.
No acumulado de 2021 a Magazine Luiza fechou com prejuízo de 79 milhões de reais, apesar dos R$ 93 milhões de lucro no 4T21. A maior parte da receita do grupo, até então, vinha das vendas nas lojas físicas, que caíram cerca de 20% se comparadas ao ano anterior.