Magazine Luiza (MGLU3): Citi corta preço-alvo com dívida bilionária da varejista no radar

Em novo parecer sobre o Magazine Luiza (MGLU3), o Citi manteve sua recomendação neutra, mas realizou um corte expressivo no preço-alvo, de R$ 2,50 para R$ 1,80.

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Os especialistas da casa apontam que uma das principais preocupações é a dívida do Magazine Luiza, que aumentou para R$ 4,3 bilhões.

O número preocupa mesmo em meio a um foco da gestão do Magalu na geração de caixa e no progresso da rentabilidade – que melhorou substancialmente a margem Ebitda da companhia no seu último resultado trimestral.

“A desvantagem desta estratégia é que o Magazine Luiza está crescendo menos online. Se observamos as vendas líquidas consolidadas aumentaram apenas 2% na base anual e ficaram 5% abaixo das nossas projeções”, diz o Citi.

Com isso, a casa enxerga uma “vantagem limitada” para o MGLU3 crescer – o que contribui para manutenção da recomendação da companhia e o corte de preço-alvo.

Magazine Luiza e outras varejistas enfrentam crise de crédito que se estende há quatro anos, analisa BTG

As varejistas Magazine Luiza, Casas Bahia (BHIA3), Lojas Renner (LREN3) e mais companhias sob análise no BTG Pactual enfrentam uma crise de crédito que vem se estendendo desde 2020.

Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Pedro Lima e Luis Mollo, que assinam relatório do BTG, chamam atenção para a forte exposição do varejo ao cenário macroeconômico, que em tempos de pressão inflacionária ou desaceleração dos cortes de juros, pode alterar os objetivos dos consumidores.

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“A correlação entre as vendas no varejo e o ambiente macroeconômico sempre foi alta. Após um grande crescimento na originação de crédito, vimos uma inflexão nos últimos trimestres, com a maioria das empresas tentando limpar suas carteiras de crédito”, comentam em relatório.

Em relação à MGLU3, por exemplo, os resultados da Luizacred – rede de empréstimos da Magalu com o Unibanco – tiveram uma queda de 3% na carteira de crédito em comparação ao ano anterior.

Os níveis de inadimplência superiores a 90 dias de clientes da unidade de crédito da Magazine Luiza corresponderam a 9,2% da carteira, uma redução de 120 pontos base em comparação ao ano anterior.

A Lojas Renner (LREN3), na visão do BTG, apresentou resultados operacionais fracos no 1T24, com lucro operacional de R$ 13,4 milhões, abaixo da estimativa de R$ 10 milhões.

No Carrefour (CRFB3), os níveis de inadimplência superiores a 90 dias registraram 11,9% da carteira de crédito, uma queda para o 0,3% no 4T23 e 1,3% para o 1T23. O faturamento do financiamento ao consumidor aumentou 16% na comparação anual para R$15,9 bilhões.

A maioria das empresas analisadas pelo BTG registrou níveis de inadimplência mais altos e índices de cobertura mais baixos até meados de 2023.

“No entanto, assim como nos trimestres anteriores, o primeiro trimestre mostrou uma tendência de melhora da inadimplência, enquanto a expansão do portfólio permaneceu sob pressão,” adicionam os analistas.

Em relatório recente do BTG, um estudo apontou que o crédito direto ao consumidor e as vendas no varejo tiveram uma correlação de 0,97 desde 2014. Enquanto isso, as taxas de juros médias e a inadimplência tiveram uma correlação de 0,74.

Isso ilustra, segundo analistas, que taxas de juros mais baixas, diminuição da inadimplência e aumento dos empréstimos às famílias podem impulsionar o consumo. Inclusive, durante a pandemia, o Coronavoucher foi fundamental para evitar uma queda no consumo em 2020.

“Para 2024, taxas de juros mais baixas e endividamento das famílias, juntamente com consumidores menos sobrecarregados com o pagamento de dívidas, devem contribuir para uma recuperação mais rápida do consumo”, conclui o relatório que analisou a situação de endividamento da Magazine Luiza, Casas Bahia, Carrefour, Lojas Renner, Mercado Livre e mais.

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Eduardo Vargas

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