Magazine Luiza (MGLU3) dispara 8,4% em rali do varejo no Ibovespa
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em alta de 8,44% nesta quarta-feira (24), cotadas a R$ 4,50. A concorrente Via (VIIA3) avançou 3,67%. A Americanas (AMER3) virou, depois de acelerar 4%, e acabou encerrando em queda de 0,38%.
Após ter enfrentando quedas sucessivas nos últimos meses, os papéis do varejo mostram uma retomada recente. Somente nos pregões dos últimos 30 dias foram 64% de valorização nas ações do Magazine Luiza.
Isso se dá após a divulgação do resultado trimestral da companhia, e também da deflação mensal registrada após a última leitura do IPCA.
Somente após o balanço do 2T22 os papéis MGLU3 subiram 17% no Ibovespa – maior alta para o papel desde meados de março de 2020.
No seu resultado, a varejista registrou prejuízo líquido de de R$ 135 milhões no 2T22, número ainda maior do que o esperado pelos analistas. O consenso Bloomberg, por exemplo, projetava R$ 86 milhões de prejuízo.
Contudo, foi registrada uma melhora na operação, com R$ 492,1 milhões de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ante um consenso que projetava R$ 463 milhões.
O preço-alvo dos analistas, firmado logo após a divulgação do resultado, é próximo do atual.
A XP Investimentos, por exemplo, tem R$ 4,50 como preço justo para as ações do Magazine Luiza, cotação que fica pouco abaixo dos preços pagos nas negociações em bolsa.
Os fatores citados pela XP – assim como outras casas – em suas análises foram uma deterioração macroeconômica, um aumento do custo de capital e na competitividade, além de uma mudança do foco do mercado, com lucratividade sendo priorizada.
Com a deflação mensal recente e a proximidade do fim do ciclo altista de juros – conforme o Boletim Focus – a companhia tem uma mudança nos fatores que a penalizaram até então, gerando mais otimismo por parte do mercado.
Magazine Luiza ganhará mercado no segundo semestre, diz CEO
Além disso, conforme falas recentes da administração do Magazine Luiza, há um anseio em aumentar o market share da varejista já no segundo semestre deste ano – que conta com Black Friday, Copa do Mundo e adesão ao 5G.
“A perspectiva de venda é melhor no segundo semestre. É preciso avaliar o estoque de acordo com a perspectiva”, disse recentemente o CEO, Frederico Trajano.
Apesar de ter se recusado a dar projeções de alta nas vendas, mas disse que a empresa está em condições de ganhar mercado.
“Prometo trabalhar duro. Temos tudo para conseguir voltar a ganhar mercado. Mesmo se o ‘bolo não crescer’, o que é improvável, temos como ganhar mercado”, disse.
Indicadores de MGLU3
Com a alta diária na casa dos 11%, a empresa soma mais volatilidade aos seus papéis. Atualmente ela é de 81, ante cerca de 20 do Ibovespa, segundo dados do Status Invest.
Nas últimas 52 semanas, a mínima para as ações do Magazine Luiza foi de R$ 2,13, enquanto a máxima foi de R$ 19,55. No acumulado de 12 meses, há retração de 76% nos papéis – que era maior anteriormente, mas foi ‘freada’ pelo rali recente da companhia.