Sem respiro: Magazine Luiza (MGLU3) deve apresentar prejuízo de R$ 160 milhões no 2T23, segundo analistas
Previsto para ser divulgado na próxima segunda-feira (14), depois do fechamento do mercado, o resultado do segundo trimestre da Magazine Luiza (MGLU3) deve ser negativo, ainda refletindo um cenário macroeconômico adverso – embora menos nebuloso do que o registrado nos três primeiros meses do ano, de acordo com analistas.
Em relatório, analistas do BTG Pactual pontuaram que a relação das varejistas com o cenário macroeconômico foi particularmente forte no primeiro semestre deste ano, levando inicialmente a grandes pressões de venda sobre ações do setor, à medida em que as empresas lidavam com pressões de alavancagem financeira e desaceleração da demanda.
Assim, de acordo com o banco, o 2T23 do Magazine Luiza deve se parecer muito com os anteriores, mas com números piores, já que o mercado espera (e precifica parcialmente) melhorias somente no segundo semestre.
Para o BTG, a Magazine Luiza deve apresentar um prejuízo líquido de R$ 160 milhões no segundo trimestre, acima do consenso Bloomberg de perdas de R$ 141 milhões. No mesmo período de 2022, a empresa havia apresentado um prejuízo de R$ 135 milhões e, no 1T23, prejuízo de R$ 391,2 milhões.
Para o segundo trimestre deste ano, o BTG projeta que a receita líquida da Magazine Luiza se mantenha estável na base anual, para R$ 8,581 bilhões, abaixo do consenso de receita de R$ 8,954 bilhões. No mesmo período do ano passado, a varejista registrou R$ 8,546 bilhões no indicador.
Já em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebitda da Magazine Luiza, o BTG espera que o indicador chegue a R$ 491 milhões, abaixo do consenso de R$ 592 milhões. No mesmo período de 2022, o Ebitda da Magazine Luiza havia chegado a R$ 477 milhões.
Varejistas estão focadas em rentabilidade e preservação de caixa, diz BTG
De acordo com projeções do banco de investimentos, ao todo, “o faturamento do setor deve aumentar 10% na base anual, com Ebitda caindo 7% na mesma comparação, apesar dos esforços para otimizar custos e adotar preços mais racionais, enquanto custos de financiamento maiores devem prejudicar o resultado final”.
No caso do comércio eletrônico em específico, o BTG enxerga três tendências para as varejistas, como a Magazine Luiza:
- Crescimento mais fraco do volume geral de vendas (GMV, na sigla em inglês), refletindo menor renda disponível e restrições de capital;
- Foco em rentabilidade e preservação de caixa;
- Consolidação de mercado de algumas companhias, processo que deve ser acelerado em função do cenário macro adverso e da recuperação judicial da Americanas (AMER3).
Além disso, afirma o banco, o debate em torno do setor nos próximos trimestres gira em torno de algumas variáveis como altos custos de captação, que continuarão pressionando os resultados, mas com possíveis cortes de juros favorecendo papéis de alta alavancagem – caso das ações da Magazine Luiza – além da desaceleração da inflação, o que deve aumentar as margens da maioria dos varejistas.
Outras projeções, incluindo crescimento
Em relatório, o Itaú estima que o volume geral de vendas (GMV) da Magazine Luiza cresça 7% na comparação anual, para R$ 10,7 bilhões, impulsionado pelo aumento das taxas de captação em fevereiro.
Também de acordo com o banco, a receita líquida deve crescer 1,7% na mesma base, a R$ 8,7 bilhões, com margem bruta ainda pressionada em 28%.
Ainda de acordo com o Itaú, a margem Ebitda da Magazine Luiza no período deve cair 30 pontos-base na comparação anual, para 5,4%, principalmente nos esforços da empresa para obter ganhos de eficiência e alavancagem operacional.
Desempenho das ações da Magazine Luiza
Cotação MGLU3