Magazine Luiza (MGLU3) prevê alta no digital e foca em dark stores
O Magazine Luiza (MGLU3) irá apostar no conceito de dark stores como forma de rentabilizar melhor o modelo de e-commerce, que ganhou ainda mais importância graças a pandemia causada pelo coronavírus (covid-19), afirmou nesta quarta-feira (26) o CEO da varejista, Frederico Trajano.
“O modelo de trabalho é o de dark stores. Ter uma quantidade de itens armazenadas no depósito das lojas. Investimos minimamente na infraestrutura e sistemas para controle de data de validade para poder colocar esses produtos lá”, disse o CEO da Magazine Luiza.
As dark stores são locais para armazenamento e envio de produtos vendidos de forma online, mas localizados em cidades diversas e menores, ao contrário dos grandes centros de distribuição.
De acordo com Trajano, essa utilização dos espaços ociosos busca espalhar as mercadorias pelo País de forma a diminuir os custos de frete. “Quanto mais local estiver o estoque, maior será a rentabilidade”, afirmou.
Por isso, o Magalu está aproveitando o espaços das lojas fechadas para utilizá-los com o estoque de mercadorias de primeira necessidade, como as vendidas por supermercados, por exemplo, com exceção de alimentos frescos.
“O mercado para ser sustentável, a mercadoria deve viajar pouco, principalmente abastecer para os CDs [centros de distribuição] e dele ir até as lojas. Então estamos fazendo esse esforço logístico e estatístico também”, disse.
Segundo analistas ouvidos pelo SUNO Notícias, apesar de o crescimento do e-commerce do Magazine Luiza ser relevante, com crescimento de 138%, ainda é necessário melhorar as margens desse business.
“Acreditamos que no segundo trimestre, as vendas do e-commerce serão ainda maiores (a empresa possui um sistema de logística eficiente), com melhor margem operacional”, disse Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.
Daí a importância de a varejista conseguir utilizar as dark stores, que, em tese, podem reduzir os custos de frete e armazenamento, além de oferecer opções perecíveis na plataforma.
Além disso, o CEO do Magazine Luiza também afirmou que a pandemia deve fazer com que as demais varejistas acelerem a importância do e-commerce.
“Acho que é óbvio que mais empresas vão migrar para o digital. É uma necessidade, as lojas precisam melhorar isso. Mas a nossa empresa vem investindo em digital há 20 anos. Temos uma departamento robusto há 20 anos, crescendo há 13 trimestres”, disse.
Magazine Luiza utilizará avaliação própria para reabertura
Outro ponto com grande importância para a receita do Magazine Luiza é o comércio físico. Com as lojas fechadas, a varejista viu uma queda no faturamento de 53%.
Mas, apesar da importância desse tipo de varejo, o CEO do Magazine Luiza informou que a empresa não irá reabrir todas as lojas em um primeiro momento e que irá fazer uma avaliação própria sobre quais locais estão mais preparados para essa reabertura.
Saiba mais: Magazine Luiza (MGLU3) tem queda do lucro líquido de -76,7% no 1T20
Segundo o CEO do Magazine Luiza, a varejista possui um modelo próprio e deve se basear nisso para tomar decisões.
“Temos nosso modelo, nossa metodologia, para tomar nossas decisões de abrir ou fechar as lojas”, disse o CEO em conversa com jornalistas. “Acho que ainda é muito cedo para baixar a guarda em relação ao controle da pandemia. Por isso, vamos usar nosso modelo”, afirmou.
Ao todo, com o fechamento das lojas físicas do Magazine Luiza no Brasil, o lucro em abril foi 84% menor. Apesar da alta do e-commerce, o varejo físico ainda tem maiores margens e também auxilia as vendas online a cortar custos com entregas, por exemplo.
Mesmo com tal peso no balanço, a varejista não se demonstra totalmente favorável a uma reabertura total. Para Frederico, o Brasil é o único País do mundo que irá flexibilizar medidas de quarentena em meio a casos crescentes de mortes relacionadas ao coronavírus.
“O Brasil é o único país do mundo que está flexibilizando as medidas de segurança enquanto os casos ainda estão aumentando. O protocolo era esperar duas semanas sem alta e daí sim abrir. Mas isso ainda não ocorreu aqui”, afirmou o CEO do Magazine Luiza.