O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou, na última terça-feira (7), algumas medidas, de curto e longo prazo, em combate à “situação sem precedentes” gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). As informações foram divulgadas por meio de um comunicado ao mercado.
A companhia informa que, neste momento, possui três prioridades: a saúde dos seus colaboradores e clientes, a segurança deles, e a continuidade da operação com manutenção de empregos. O Magazine Luiza, no entanto, salienta que nenhum dos objetivos será cumprido se o primeiro deles não for amparado.
A gigante varejista informou que, regida pela Medida Provisória (MP) 931, adiou a data das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária, deste mês para o final de julho. Além disso, o balanço trimestral, que estava previsto para ser divulgado no dia 7 de maio, será publicado no final do mesmo mês, junto a uma análise financeira adicional sobre os eventuais impactos causados pela disseminação do coronavírus.
O Magalu anunciou que, embora possua uma posição de caixa e recebíveis “robusta”, de aproximadamente R$ 7 bilhões, o seu Conselho de Administração aprovou a captação de recursos por meio de debêntures. Serão levantados R$ 800 milhões para “preservar ao máximo o caixa da empresa, tanto por não termos uma visão clara da dimensão e da extensão da atual crise, quanto para estarmos financeiramente preparados para a retomada econômica e as oportunidades de negócios que surgirão com ela”.
Além disso, com o objetivo de reduzir despesas e custos, a companhia informou que cortou 80% do salário de seus dois principais executivos, o CEO Frederico Trajano, e seu vice-presidente de operações. As remunerações dos 12 diretores-executivos também foram reduzidos em 50%, assim como para os sete membros do Conselho de Administração. Os demais diretores tiveram seus salários cortados em 25%.
O Magalu informou que para cumprir o objetivo de não realizar demissões por conta da crise do Covid-19, poderá utilizar a MP 936, publicada em 1º de abril, que prevê a suspensão de contratos de trabalho por até 60 dias. Os salários serão pagos parcialmente, com redução proporcional da jornada de trabalho por até três meses.
No mês passado, após anunciar o fechamento de todas as suas lojas físicas, o Magazine Luiza deu férias antecipadas e remuneradas a mais de 20 mil colaboradores. Entretanto, não há qualquer indício de quando esses lojas voltarão a suas atividades normais.
Além das férias, a empresa está pagando o dobro do ‘auxílio-creche’ aos seus funcionários, para aumentar a remuneração das equipes de logística e distribuição da varejista.
De acordo com o Magalu, os vendedores das lojas que não forem reabertas, poderão trabalhar devido ao aplicativo de vendas, que a empresa implantou em 2016.
Confira: Banco Inter (BIDI4) e Magazine Luiza (MGLU3) fecham parceria
A varejista informou também que manteve a meta de fazer com que os mais de 25 milhões de clientes encontrem “tudo o que desejarem, na hora e no local que escolherem, em um de nossos canais digitais” e que nada foi alterado devido à pandemia, com exceção da velocidade da execução do plano, apoiado pelo oferecimento de frete grátis.
“Nossas entregas feitas em até 48 horas, que hoje representam 74% do total, devem crescer significativamente daqui para a frente”, anunciou o Magazine Luiza na nota, citando seu modelo de “ship from store“, que envolve a distribuição dos produtos comprados nos meios digitais e entregues a partir de lojas físicas.
Por fim, o Magazine Luiza disse estrar renegociando os contratos com seus fornecedores, buscando diminuir os custos e estender os prazos.