As ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) sobem nesta quarta-feira (31) no Ibovespa, entre os maiores ganhos do índice, com o mercado repercutindo positivamente as últimas notícias envolvendo operações para reforçar o caixa das companhias.
No fechamento, as ações ordinárias de Magazine Luiza subiram 6,06%, a R$ 2,10, enquanto as ações ordinárias de Casas Bahia (BHIA3) avançavam 3,82%, a R$ 7,89.
No ano, os papéis do Magalu sobem 4,88%, enquanto as ações da Casas Bahia recuam 26,31%.
Cotação MGLU3
Para Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, a alta nos papéis de Magazine Luiza nesta quarta-feira (31) reflete o otimismo do mercado quanto à oferta de ações, na qual os controladores irão garantir um aporte de R$ 1 bilhão.
“No caso das Casas Bahia, boa parte dessa alta pode ser devido a posições ‘short’ sendo cobertas antes do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), além do que a empresa quer emitir mais R$ 1 bilhão com Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) ancorando a oferta”, completa.
A Casas Bahia estuda fazer uma emissão de debêntures para estender o prazo de uma captação de R$ 1 bilhão feita em 2021 e que vence em abril, segundo apuração do Broadcast/Estadão. Segundo o jornal, se houver apetite dos investidores, a distribuição poderia ir além da fatia garantida, o que ajudaria a reforçar o caixa da varejista.
Magazine Luiza (MGLU3): se minoritários não seguirem capitalização, BTG terá 1,8% da rede, diz jornal
Os R$ 250 milhões garantidos pelo BTG Pactual (BPAC11) para o aumento de capital do Magazine Luiza (MGLU3) anunciado no domingo (28) podem equivaler a uma posição acionária de cerca de 1,8% da empresa – isso se os acionistas minoritários não acompanharem a operação e o banco efetivamente entrar com o valor previsto, diz o jornal Valor Econômico.
Em fato relevante divulgado na noite de domingo (28), a varejista informou que fará um aumento de capital no valor de até R$ 1,25 bilhão, em uma operação que envolve a família Trajano, controladora da varejista, que entrará com R$ 1 bilhão. O BTG, por sua vez, se comprometeu com o restante.
O Valor lembra que o banco se comprometeu a financiar integralmente a parcela a ser obtida pela holding da família Trajano, e isso deve acontecer por meio de uma operação de troca de resultados de fluxo futuros.
Assim, a holding contratou com o BTG uma operação de crédito lastreada nas ações da empresa. Nela, o banco fornece recursos de um lado e compra as ações do Magalu de outro, em troca de receber uma remuneração igual ao CDI + um percentual ao ano por um período de 30 meses, diz a publicação.
Caso nenhum acionista minoritário siga a operação, a holding da família aumentará a sua posição de 56% para 58% na empresa e, caso exerçam, não há, naturalmente, mudança na fatia, acrescenta o Valor.
No comunicado, o Magalu informou que o aumento de capital tem por finalidade a aceleração dos investimentos em tecnologia – incluindo a expansão do Luizalabs, evolução de plataforma de marketplace, experiência do usuário e serviços de nuvem, publicidade e fintech – além da otimização da estrutura de capital da companhia.
O que dizem os analistas sobre o aumento de capital do Magazine Luiza?
Em relatório, analistas do Goldman Sachs (GSGI34) apontaram ver ‘mérito estratégico’ na transação, uma vez que deverá proporcionar à empresa maior flexibilidade financeira para investir em iniciativas-chave de crescimento e reduzir a alavancagem geral.
“Destacamos também que a transação proposta poderá reduzir a preocupação dos investidores quanto à possibilidade de uma oferta subsequente pesar no preço das ações. Além disso, vemos mérito no fato dos acionistas controladores terem garantido grande parte do aumento de capital (até 80% da colocação), pois demonstra sua confiança na estratégia traçada”, avaliaram os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.
O Goldman tem recomendação ‘neutra’ para as ações de Magazine Luiza, com preço-alvo a R$ 2,40.