Magazine Luiza (MGLU3) acelera, enquanto Casas Bahia (BHIA3) sofre nesta segunda; veja por quê
As ações de Magazine Luiza (MGLU3) disparam, enquanto as de Casas Bahia (BHIA3) recuam nesta segunda-feira (13) no Ibovespa, com o mercado repercutindo a revisão do BTG Pactual (BPAC11) para as ações de ambas as empresas e na expectativa para a divulgação do balanço da Magalu, depois do fechamento do mercado de hoje.
No fechamento, as ações ordinárias de Magazine Luiza avançaram 3,83%, cotadas a R$ 1,73, enquanto as ações ordinárias de Casas Bahia (BHIA3) caíam 1,92%, a R$ 0,51. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,27%, aos 120.248,46 pontos.
Cotação MGLU3
Segundo Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos, a alta de Magazine Luiza reflete a expectativa do mercado para a divulgação de um resultado misto no terceiro trimestre, tendo em vista que o setor de varejo não apresentou grandes volumes de vendas nos últimos dias e os dados de inflação têm mostrado desaceleração no consumo.
“Em linha com essa visão, hoje tivemos inclusive o BTG Pactual (BPAC11) revisando para neutra a Magazine Luiza e venda para Casas Bahia. Esse movimento altista está muito mais ligado à queda de juros no curto prazo, que vem tirando pressão sobre esses ativos, mas ainda tendo um longo caminho a percorrer, principalmente com relação a melhoras nas vendas e controle de despesas financeiras“, destacou.
Outro baque? Magazine Luiza (MGLU3) deve aumentar prejuízo no 3T23 em 9%, para R$ 182 milhões, estimam analistas
Previsto para ser divulgado nesta segunda-feira (13), depois do fechamento do mercado, o resultado do terceiro trimestre da Magazine Luiza (MGLU3) deve ser negativo, ainda refletindo um cenário macroeconômico adverso, expectativas menores de crescimento em relação aos últimos meses, além da alavancagem elevada.
Em relatório, analistas do BTG Pactual pontuaram não haver dúvidas de que as varejistas estão altamente correlacionadas com o cenário macroeconômico e que o terceiro trimestre deverá mostrar uma tendência mais fraca do setor varejista do que a esperada em comparação com as expectativas de alguns meses atrás.
Para o BTG, o 3T23 do Magazine Luiza deve apresentar um prejuízo líquido de R$ 182 milhões no terceiro trimestre, acima do consenso de perdas de R$ 171 milhões. No mesmo período de 2022, a empresa havia apresentado um prejuízo de R$ 166,8 milhões e, no 2T23, prejuízo de R$ 198,8 milhões.
Para o terceiro trimestre deste ano, o BTG projeta que a receita líquida da Magazine Luiza chegue a R$ 8,424 bilhões, abaixo do consenso de receita de R$ 8,813 bilhões. No mesmo período do ano passado, a varejista registrou R$ 8,8 bilhões no indicador.
Já em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebitda da Magazine Luiza, o BTG espera que o indicador chegue a R$ 500 milhões, abaixo do consenso de R$ 529 milhões. O BTG espera, ainda, que a margem Ebitda do Magazine Luiza chegue a 5,9%, aumento de 30 pontos-base na comparação anual
O banco espera, ainda, que o volume geral de vendas (GMV, na sigla em inglês) online do Magazine Luiza cresça 7% no 3T23, implicando em uma adição de R$ 725 milhões.
Varejistas estão focadas em rentabilidade e preservação de caixa, diz BTG
De acordo com projeções do banco de investimentos para o trimestre do Magalu, ao todo, “o faturamento do setor deve aumentar 5% na base anual, com Ebitda subindo 2% na mesma comparação, apesar dos esforços para otimizar custos e adotar preços mais racionais, enquanto custos de financiamento maiores devem prejudicar os resultados financeiros”.
No caso do comércio eletrônico em específico, o BTG enxerga três tendências para as varejistas, caso da Magazine Luiza:
- Crescimento mais fraco do volume geral de vendas (GMV, na sigla em inglês), refletindo menor renda disponível e restrições de capital;
- Foco na lucratividade e preservação de caixa;
- Maior consolidação do mercado entre alguns players, um processo que deverá acelerar devido a um top down desfavorável.
Magazine Luiza: piora do cenário macroeconômico e alta alavancagem são pontos de atenção, diz Santander
Em relatório, o Santander pontuou que o fraco impulso dos lucros dos últimos trimestres continue durante a temporada de balanços para empresas como o Magazine Luiza, dado que o consumo ainda permanece pressionado pelas condições macroeconômicas.
Segundo o banco, não são esperados gatilhos positivos ou melhorias operacionais, nem previsão de qualquer melhoria significativa no humor dos investidores.
Ainda no caso do Magazine Luiza, o Santander listou alguns pontos de atenção:
- Piora do cenário macroeconômico, levando a um crescimento de vendas e recuperação de margem mais lenta do que o esperada;
- Concentração em categorias de bens duráveis como eletrônicos/linha branca em lojas físicas e e-commerce;
- Concorrência no segmento de mercado 3P, levando à deterioração da rentabilidade;
- Alta alavancagem e encargos com despesas financeiras que limitam as oportunidades de investimento.