O que será de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3)? Banco faz previsões e indica outra varejista

As ações das Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) caíram 19% e 74% nos primeiros nove meses do ano, respectivamente. Apesar de o Copom (Comitê de Política Monetária) ter começado a reduzir as taxas de juros, a preocupação do mercado referente às duas principais varejistas do país está focada na alavancagem, segundo o Goldman Sachs. 

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“A preocupação é que a alavancagem e o ônus de despesas financeiras elevadas levarão pelo menos até 2025 para se reduzirem, limitando a flexibilidade comercial e estratégica das varejistas“, explica o Sachs. 

No caso do Magazine Luiza, os analistas do Sachs veem a capacidade de a empresa buscar oportunidades de ganho de participação limitada pela alavancagem financeira. “O Magalu se concentrou na lucratividade em vez de ganhar participação de mercado no 1º semestre de 2023, mesmo com a situação financeira complicada do concorrente Americanas (AMER3).”

O Magazine Luiza tem aproximadamente 40% da dívida bruta (cerca de R$ 2,8 bilhões) vencendo até o final de 2024. Segundo o Sachs, não há desafios quanto à liquidez da empresa, pois a varejista possui R$ 4,3 bi em recebíveis de cartão de crédito que poderiam descontar para gerar fundos para qualquer necessidades de caixa de curto prazo

Até o 2T23, a alavancagem da MGLU3 estava em 7,2 vezes a dívida líquida/EBITDA ajustado. A estimativa do Sachs é que esse número caia para 5,5 vezes e chegue a 3,9 vezes até o final de 2024.

Neste contexto, o banco tem posição neutra sobre as ações da Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 2,80, ante a cotação de R$ 1,46 desta sexta (27).

Em relação às Casas Bahia, a equipe do Sachs estima que a alavancagem feche 2023 em 7,3 vezes, impactada negativamente pelo baixo Ebitda projetado para o 3T23.  “Até o final de 2024, em um ambiente operacional mais normalizado, estimamos que esse indicador possa cair para 4,2 vezes.”

Como o Magalu, o Sachs explica que a Casas Bahia concentrou-se na geração de caixa em vez de ganho de participação de mercado. Recentemente, a empresa lançou uma oferta primária de R$ 620 milhões no contexto de um plano de transformação mais amplo, focado em preparar um crescimento sustentável a partir de 2025. O banco recomenda venda das ações da Casas Bahia, com preço-alvo de R$ 0,50.

Magazine Luiza está apanhando na Bolsa por acreditar em loja física, diz Luiza Trajano

Durante evento realizado pela PwC, e conforme publicado pelo jornal Estadão, a executiva do Magazine Luiza afirmou que a companhia está “apanhando muito na Bolsa” por “sempre ter acreditado em loja física”.

Apesar do cenário desafiador para o varejo brasileiro, Luiza Trajano se mostra otimista e acredita que a crise deve tornar o Magazine Luiza ainda mais sólido, diante do crescimento observado nos anos anteriores.

“O Magazine cresceu em crise e, quando a gente não cresce, a gente solidifica o crescimento. Crescemos muito nesses três, quatro anos, mais do que eu poderia até pensar, que a gente chegaria a faturar R$ 60 bilhões”, afirmou a executiva.

Para apoiar seu otimismo, ela chega a citar os desafios econômicos do Brasil na passagem do século 20 para o 21. “Entra crise, sai crise, e o importante é sobreviver. Aprendi muito mais em crises”.

Trajano destaca como um dos fatores negativos para o varejo brasileiro a grande dificuldade financeira vivida pela Americanas (AMER3). Por outro lado, a situação da varejista concorrente teria feito o Magazine Luiza aprimorar seu processo de auditoria interna.

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Mercado Livre: Goldman Sachs recomenda compra 

O Mercado Livre (MELI34) está bem posicionado no mercado, informa o Sachs. Para o banco é estimado que a companhia aumente sua participação no mercado online do Brasil de 33,7% em 2022 para mais de 40,0% em 2023.  

“O Mercado Livre está bem à frente do Magazine Luiza, com uma participação estimada de 17,7% em 2023 e da Casas Bahia, com 7,5%”, afirma o Sachs. 

Além disso, o banco vê oportunidades para um aumento significativo nas vendas do Mercado Livre,  especialmente durante as promoções da Black Friday e das festas de fim de ano no 4T23.

Casas Bahia convoca investidores para votar proposta sobre grupamento de ações

conselho de administração das Casas Bahia aprovou a convocação de uma nova assembleia geral extraordinária (AGE), com o objetivo de os acionistas deliberem sobre a proposta de um novo grupamento de ações da varejista.

O novo grupamento de ações das Casas Bahia, caso aprovado, seria realizado na proporção de 25 para 1. Para os investidores aprovarem ou rejeitarem a pauta, eles estão convocados para participar da assembleia do dia 16 de novembro de 2023.

A proposta de grupamento de ações da ex-Via e Via Varejo é colocada em pauta após suas ações acumularem uma queda de 78,7% somente em 2023.

Cotação

Nesta sexta-feira (27), as ações da Casas Bahia registram queda de 4%, cotadas a R$ 0,48, enquanto o Magazine Luiza tem alta de 0,68%, a R$ 1,48. O Mercado Livre subiu 2,68%, a R$ 50,27.

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Vinícius Alves

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