Magazine Luiza (MGLU3): onda de calor e Black Friday fazem varejista lucrar alto com vendas de cervejas e ar-condicionado 

Pegando embalo na onda de calor que atinge várias regiões do país, o Magazine Luiza (MGLU3) registrou fortes vendas nas ofertas antecipadas de Black Friday, principalmente com aparelhos de ar-condicionado e cervejas.

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Segundo o Magalu, mais de 213 mil cervejas e 110 mil copos foram vendidos durante as promoções antecipadas de Black Friday. Além disso, no topo da lista, estavam itens de ventilação e ar. 

Até 20 de novembro, foram mais de 1,3 milhão de buscas pelos produtos comercializados no Magazine Luiza. Dados da varejista mostram que foram vendidos cerca de 200 mil ventiladores. As compras de aparelhos de ar-condicionado triplicaram no período, chegando a quase 40 mil unidades.

Outro setor de destaque na Black Friday do Magalu foi o automotivo, no qual foram comercializados mais de 40 mil pneus, alta de 34% em comparação ao ano passado. A categoria de ferramentas quase dobrou a quantidade de itens vendidos na promoção. 

Varejista foca em cupons e marketing para impulsionar vendas

Nesta semana, o Magalu distribuiu 800 cupons, que variam entre R$ 100 e R$ 1.000. Neste ano, a companhia fez o maior investimento em marketing e audiência da história da sua Black Friday.

Nesta quinta-feira, 23, a companhia fará o primeiro um podcommerce em parceria com o youtubers famosos. 

Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3): após semana turbulenta, vale a pena comprar ações?

Se tem uma coisa que as varejistas Magazine Luiza, Casas Bahia (BHIA3) e Americanas (AMER3) têm em comum são notícias negativas nos últimos dias, certo? A divulgação de balanços financeiros decepcionantes abalou a confiança dos investidores, mas nada que fosse longe do esperado para o setor. Diante disso, vale a pena comprar ações dessas companhias?

Na visão de Vitorio Galindo, analista de investimentos CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed, não vale a pena investir no setor varejista no momento, sobretudo em um cenário em que as empresas estão altamente endividadas e com a situação financeira complicada, como é o caso das três citadas.

“O problema são o resultado, a situação financeira, a estrutura de capital da companhia. Eu acho que tudo está muito mais relacionado à questão da gestão, da decisão estratégica mesmo, e até do nicho de negócio, da estrutura da empresa. Existe uma situação de concorrência no setor muito grande, independente se é no digital, lojas físicas, etc. Isso fez com que tudo sangrasse”, destaca o analista.

Na semana passada, ao apresentar os números de seu desempenho no terceiro trimestre, o balanço do Magazine Luiza trouxe uma surpresa em seu balanço: uma redução de R$ 830 milhões no patrimônio líquido, atribuída pela empresa a erros em lançamentos contábeis. O ajuste foi feito após uma denúncia anônima, divulgada pela própria empresa em março passado.

Dias depois, foi a vez da divulgação dos resultados da Americanas em 2022 e republicação dos de 2021. No ano passado, a varejista teve um prejuízo líquido de R$ 12,9 bilhões e corrigiu a última linha de seu balanço em 2021: a Americanas reportou um prejuízo líquido de R$ 6,2 bilhões, ante lucro líquido R$ 544 milhões divulgado anteriormente.

Na semana anterior, o Grupo Casas Bahia (BHIA3), antiga Via, registrou no terceiro trimestre de 2023 um prejuízo 311% maior que no mesmo período do ano passado e fechou em R$ 836 milhões. É o quinto trimestre consecutivo que os resultados líquidos da empresa são negativos. O último em que registrou lucro foi no segundo trimestre de 2022, de R$ 16 milhões.

Quais fatores têm atrapalhado a vida das varejistas?

Galindo avalia que o dinheiro gasto por parte dessas empresas com tecnologia para entrar no mundo online, por exemplo, tem sido uma ‘pedra no sapato’ para elas.

Na visão do analista, empresas menores, mais regionais e que trabalham apenas com a operação física, estão com uma situação financeira e de lucratividade muito melhor do que aquelas que entraram em uma competição ‘desenfreada’ e acabaram drenando dinheiro e rentabilidade.

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“O varejo online do Brasil é muito complicado, muito caro. A questão de frete, legislação trabalhista, a própria legislação do Código de Defesa do Consumidor, tudo isso, na verdade, atrapalha o online”, pontua o analista.

“Quanto custa para uma empresa, por exemplo, que tem um centro de distribuição no sudeste, enviar um eletrônico, um móvel lá para o norte, nordeste? Como ter lucro nessa operação? É quase que inviável. É difícil essa operação ser lucrativa”, finaliza Galindo sobre fatores que podem estar influenciando nos negócios das varejistas, como Magazine Luiza e Casas Bahia.

Desempenho anual das ações da Magazine Luiza

Cotação MGLU3

Gráfico gerado em: 23/11/2023
1 Ano

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Vinícius Alves

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