Magazine Luiza (MGLU3) é uma das varejistas indicadas por analistas para 2024
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Em relatório divulgado no início da semana, o BB Investimentos indicou que, além de ser referência no consumo de bens duráveis com boa execução operacional, o Magazine Luiza (MGLU3) deve ser favorecido em 2024 pela continuidade do ciclo de redução da taxa de juros no Brasil. A casa recomendou outras duas varejistas, consideradas “preferidas do setor”, para o ano que vem.
No texto, os analistas Victor Penna e Wesley Barnabé destacam que a Magalu tem se esforçado para monetizar sua operação e aumentar suas margens operacionais, em um momento de forte pressão sobre os resultados em função de um cenário menos propício para o consumo de bens duráveis.
A varejista, dizem eles, se empenhou em simplificar sua estrutura e impulsionar a plataforma de marketplace do Magalu, reduzindo o tíquete médio das vendas.
“Em nossa visão, a melhoria do cenário de concessão de crédito e inadimplência deve impulsionar a venda de bens duráveis, que passou por uma ressaca nos últimos anos após o boom de consumo durante a pandemia. Com isso, esperamos que a Magazine Luiza reporte crescimento de receita e ganho de alavancagem operacional ao longo de 2024, favorecendo a valorização das ações da companhia, as quais também se beneficiarão da redução da taxa de desconto e do fechamento da curva longa de juros”, avaliam.
O BB Investimentos pontua, ainda, que em 2023, as companhias varejistas foram impactadas negativamente pela cobrança do Difal (diferencial de alíquota do ICMS), com a necessidade de repasse desse custo aos consumidores ao longo do ano, o que impactou a margem bruta da Magazine Luiza no primeiro semestre.
“Essa pressão, contudo, deixa de impactar os resultados em 2024 do Magazine Luiza, haja vista o repasse ser concluído ainda neste ano”, acrescentam.
No intradia desta quarta-feira (13), as ações ordinárias de Magazine Luiza caíam 0,44%, a R$ 2,27. No ano, elas cedem 12,36%. Os dados são do Status Invest.
Cotação MGLU3
Confira as outras duas varejistas indicadas pelo BB Investimentos para 2024:
Grupo Mateus (GMAT3): expansão
Na visão do BB Investimentos, a estratégia do Grupo Mateus (GMAT3) consiste na expansão orgânica focada, principalmente, em lojas no formato atacarejo e na região Nordeste, ainda pouco adensada pelo grupo e onde é possível ganho de alavancagem operacional advinda desse adensamento. “O Grupo Mateus tem conseguido se destacar de seus pares com a entrega consistente de resultados operacionais positivos”, sugere.
A casa lembra que recentemente as ações GMAT3 sofreram desvalorização com a provável mudança nas regras relacionadas à exclusão das subvenções para investimento da base de cálculo do IR e CSLL (MP 1.185/23): “Entendemos, contudo, que o nível de desconto que o papel do Grupo Mateus já contempla a piora do resultado com as novas regras relacionadas à subvenção para investimento e que a melhora das condições macroeconômicas ao longo de 2024 podem impulsionar o desempenho da ação”.
No intradia desta quarta-feira (13), as ações ordinárias do Grupo Mateus subiam 2,76%, a R$ 6,32. No ano, elas sobem 4,12%. Os dados são do Status Invest.
Lojas Quero-Quero (LJQQ3): estrutura logística e escala
Para o BB Investimentos, além de uma atuação de nicho e mais regional, a estratégia da Lojas Quero-Quero (LJQQ3) está embasada na abertura de lojas concentrada em pequenas e médias cidades, e na exploração do modelo de venda “figital”, caracterizado pela oferta de produtos não disponíveis em lojas físicas.
“A melhoria das condições de crédito e a redução da inadimplência esperadas para 2024 devem favorecer a operação da Lojas Quero-Quero, que possui um modelo de negócio aderente ao varejo de cidades pequenas, sustentado por todo o conhecimento que a empresa adquiriu desde a sua fundação e pela estrutura logística e escala, com mais de 540 lojas em operação”, analisa a casa.
Perto das 15h30 desta quarta-feira (13), as ações ordinárias da Lojas Quero-Quero caíam 1,67%, a R$ 5,31. No ano, elas sobem 32,75%. Os dados são do Status Invest.
Magazine Luiza (MGLU3) lança serviço de nuvem para baratear custos de pequenas e médias empresas
O Magazine Luiza lançou na última terça-feira (12) seu serviço de armazenamento em nuvem, a Magalu Cloud, para apoiar a digitalização de pequenas e médias empresas (PMEs). O objetivo da varejista é oferecer preços mais acessíveis, uma vez que as opções disponíveis no mercado para digitalização são indexadas ao dólar.
Empresas como Google (GOGL34), Amazon (AMZO34) e Microsoft (MSFT34) são algumas que atuam no segmento no Brasil e ganham competitividade por sua escala.
De acordo com o diretor da Magalu Cloud, Christian Reis, o serviço deve baratear em 30% a 75% os custos das empresas que utilizam serviço de nuvem. Com a solução, o Magazine reduziu em 35% seus custos.
A nuvem do Magalu vai operar por meio de data centers próprios em duas regiões: na Grande São Paulo e a outra na região de Fortaleza, no Ceará. Segundo a empresa, todos os recursos gerenciados pela Magalu Cloud são hospedados integralmente em infraestrutura física que está sob seu controle, desde data centers a equipamentos de rede.
Dessa forma, o Magalu Cloud oferecerá armazenamento, computação, rede, banco de dados, firewalls (sistema de segurança) inteligência artificial, entre outros. No entanto, a empresa irá focar inicialmente em uma lista mais limitada de serviços.
“Temos que ser o mais barato do mercado, é algo obsessivo nosso. A ideia não é pisar no mercado, mas trazer todos juntos, parceiros e fornecedores “, afirma Reis.
O Magazine Luiza não deu detalhes dos investimentos no projeto. “Se tudo der errado, vou ter uma ‘cloud’ barata e complementar a dos meus concorrentes internacionais, mas estou confiante”, disse o CEO, Frederico Trajano.
Para Trajano, a nuvem do Magazine Luiza, que vem sendo desenvolvida desde 2020, é fruto do empoderamento que a empresa deu ao time de desenvolvedores da companhia.