O BB-BI emitiu um novo relatório rebaixando a recomendação para o Magazine Luiza (MGLU3) de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 9 por ação.
Segundo a casa, o ajuste reflete os desafios impostos pelo cenário macroeconômico, que deve continuar pressionando o setor de varejo nos próximos anos, apesar dos avanços operacionais da companhia.
O BB-BI pondera que, desde o início de 2024, o MGLU3 vinha apresentando uma trajetória positiva, impulsionada pelo recuo da taxa de desemprego e pelo aumento da concessão de crédito.
Esses fatores, diz a casa, ajudaram a melhorar os resultados financeiros da empresa, com reversão de prejuízo e ganhos de margem bruta e Ebitda, especialmente no primeiro e segundo trimestres do ano.
Contudo, no terceiro trimestre de 2024, os números vieram mistos, refletindo os impactos de um ambiente macroeconômico mais desafiador.
A expectativa inicial era de um cenário mais favorável para o varejo em 2024, com cortes na taxa Selic e melhora do consumo. No entanto, o avanço da inflação e a necessidade de manutenção de juros elevados frustraram essas projeções, afetando diretamente as ações MGLU3 e outros papéis de empresas cíclicas.
Para 2025, o BB-BI prevê um cenário ainda mais desafiador para o setor, com crédito mais caro, menor concessão de financiamentos e inadimplência elevada.
Além disso, diz a casa, a expectativa de aumento da taxa de desemprego e a consequente queda da renda das famílias podem prejudicar o desempenho do Magalu, que depende fortemente do acesso ao crédito para impulsionar suas vendas de bens duráveis.
Diante desse panorama, os analistas acreditam que, apesar dos avanços na estratégia de lucratividade da companhia, o potencial de valorização das ações do Magazine Luiza se tornou mais limitado.
“Ainda enxergamos upside para o Magazine Luiza, mas em um patamar mais restrito, já contemplando a deterioração do cenário macroeconômico que ocorreu desde a nossa última revisão e que deve persistir em 2025, podendo se estender até 2026”, destacou o relatório.