Magazine Luiza (MGLU3) aposta na estratégia de marketplace e loja física com Caravana Magalu
O CEO do Magazine Luiza (MGLU3), Frederico Trajano, foi um dos pioneiros a acreditar que não podia separar lojas físicas do comércio digital. Hoje fica claro ao mercado que essa estratégia foi uma boa ideia, uma vez que as lojas se tornaram pequenos centros de distribuição e os produtos viajam menos para chegar aos clientes.
Agora, Trajano aposta que o próximo ciclo de crescimento do Magazine Luiza se dará pela digitalização do varejo físico. O CEO analisa que muitos estabelecimentos comerciais ainda não estão presentes no online, com isso o Magalu deve oferecer estrutura para esses comerciantes ganhando em volume de vendas e também em capilaridade física.
De acordo com os dados citados por Trajano ao jornal O Estado de S.Paulo, o Brasil tem 6 milhões de estabelecimentos comerciais, dos quais cerca de 300 mil vendem em plataformas de marketplace.
Com essa análise, a varejista promoveu a Caravana Magalu, cujo objetivo é recrutar comerciantes locais para vender em seu marketplace.
“Nós estamos montando uma operação de marketplace para dar lucro. Porque, na nossa avaliação, ela está se aproveitando das mesma fortalezas que desenvolvemos no 1P (comércio eletrônico de estoque próprio), que é a multicanalidade e entrega local. Para que aconteça isso no 3P (venda de lojistas) a gente precisa de uma cadeia logística eficiente e barata, regional e multicanal”, disse o empresário ao jornal.
A Caravana Magalu busca capilaridade mas também procura atingir locais onde não há tanta concentração de concorrência. Ainda que seja necessário ensinar esse vendedor a trabalhar com o digital, a vantagem é ser o primeiro a chegar.
“Em São Paulo, para crescer, teríamos de ganhar mercado de vendedores que já estão vendendo em outras plataformas. Nos estados que estamos fazendo a Caravana, estamos fazendo com que o seller venda pela primeira vez em uma plataforma.”
Para Danniela Eiger, analista da XP, a Caravana do Magazine Luiza é uma estratégia criativa para angariar vendedores e pode ser mais barata do que o investimento em mídias sociais para converter esses vendedores para a plataforma
“Quando se fala de comprar mídias em determinadas redes sociais, ou publicidade por busca de palavras no Google, você terá de pagar por isso. O cenário competitivo segue bastante duro. As companhias estão mais racionais, mas ainda está desafiador já que há menos demanda do consumidor”, afirma.
Última cotação do Magazine Luiza
Na última sessão, sexta-feira (20), as ações do Magazine Luiza encerraram em queda de 1,61%, negociadas a R$ 3,67. Neste ano, a varejista já caiu 48% na Bolsa e 11% só no dia da apresentação de seus resultados.
Para Trajano a queda dos papéis do Magazine Luiza é setorial. “É uma questão de mercado com todas as ações se comportando dessa maneira e acho que o investidor agora está esperando ver os resultados aparecerem. Muita coisa do que está acontecendo é saída de dinheiro de renda variável para fixa.”