As ações do Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em queda de 6,62% na sessão de hoje (24), cotadas a R$ 1,41, apesar da baixa dos contratos de juros futuros mais relevantes. Além dos desafios que vivem o setor de varejo, repercutiram no dia de hoje as falas da presidente do conselho de administração do Magalu, Luiza Trajano.
Durante evento realizado pela PwC, e conforme publicado pelo jornal Estadão, a executiva do Magazine Luiza afirmou que a companhia está “apanhando muito na Bolsa” por “sempre ter acreditado em loja física”.
Apesar do cenário desafiador para o varejo brasileiro, Luiza Trajano se mostra otimista e acredita que a crise deve tornar o Magazine Luiza ainda mais sólido, diante do crescimento observado nos anos anteriores.
“O Magazine cresceu em crise e, quando a gente não cresce, a gente solidifica o crescimento. Crescemos muito nesses três, quatro anos, mais do que eu poderia até pensar, que a gente chegaria a faturar R$ 60 bilhões”, afirmou a executiva.
Para apoiar seu otimismo, ela chega a citar os desafios econômicos do Brasil na passagem do século 20 para o 21. “Entra crise, sai crise, e o importante é sobreviver. Aprendi muito mais em crises”.
Trajano destaca como um dos fatores negativos para o varejo brasileiro a grande dificuldade financeira vivida pela Americanas (AMER3). Por outro lado, a situação da varejista concorrente teria feito o Magazine Luiza aprimorar seu processo de auditoria interna.
As lojas físicas devem permanecer, diz executiva do Magazine Luiza
As ações do Magazine Luiza acumulam perdas de 94% em um período inferior a 3 anos, em meio ao aumento dos juros e o crescimento da concorrência no comércio online.
A presidente do Magazine Luiza acredita que as lojas físicas devem permanecer, mas em um modelo mais modernizado. Apesar disso, ela pondera que o e-commerce é uma realidade que não pode ser ignorada no Brasil.
“Em Belém, a gente vende na internet e entrega em duas horas na loja física. Quando você digitaliza, tem menos caixa, mas tem mais estoquista. Acredito que essa mistura e a multicanalidade vai perdurar no Brasil por muito tempo”, afirmou.
Trajano ainda destacou uma mudança importante que, na sua visão, tem ocorrido na dinâmica de preços em relação à concorrência com empresas focadas no e-commerce.
“Antigamente, a gente tinha que vender muito mais barato no site, porque o site dava prejuízo. Agora, acabou isso e não tem mais diferença”, completa a executiva do Magazine Luiza.