O Goldman Sachs elevou o preço-alvo para as ações do Magazine Luiza (MGLU3), de R$ 4,70 para R$ 5,30, mantendo a recomendação de “compra”. Os papéis da varejista caíram nesta terça com a sinalização do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto de que os juros básicos da economia devem se manter altos. Mas o banco vê melhora do desempenho das ações com números promissores do Magalu para os próximos trimestres.
O time do Goldman reduziu a expectativa de receita líquida do Magazine Luzia para 2022 em 1% comparada com a anterior, para R$ 38,337 milhões, mas estima aumento de 9% na comparação anual.
A expansão no preço-alvo da ação do Magazine Luiza é, segundo o time do Goldman Sachs, “impulsionada principalmente por um múltiplo alvo mais alto e WACC [custo médio ponderado de capital] mais baixo, também suportado por estimativas de Ebitda [Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] ligeiramente superiores”, explica o Goldman Sachs em relatório.
A nova projeção do Goldman para o Ebitda ajustado do Magazine Luiza em 2022 é de R$ 2,196 milhões, alta de 2% ante estimativas anteriores e 48% na comparação anual.
Os principais riscos negativos para o Magazine Luiza, na visão do Goldman Sachs incluem:
- aumento da concorrência de operadores históricos e de novos entrantes no mercado;
- investimentos acima do esperado, pressionando negativamente as margens, fluxo de caixa e retornos;
- riscos potenciais de execução da aceleração do crescimento do mercado 3P;
- custos de logística acima do esperado.
Ações do Magazine Luiza caem 7%
As ações das principais varejistas do Ibovespa fecharam em queda nesta terça-feira (6) pré-feriado. Magazine Luiza, Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) cederam 7,14%, 7,67% e 5,24%, respectivamente.
Os motivos por trás da pressão baixista nas ações de Magazine Luiza e seus pares estão relacionados principalmente à precificação de uma subida na taxa básica de juros, a Selic, após a sinalização feita pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Campos Neto participou da premiação Valor 1000 na noite de segunda-feira (5) e afirmou que, diferentemente dos Estados Unidos e Europa, no Brasil “basicamente o trabalho está feito”, mas que a batalha contra a inflação não está ganha. Afirmou ainda que “não há nada a comemorar”, apesar da melhora recente do IPCA.
“A gente entende que tem que passar mensagem dura. A mensagem de hoje é a mesma do último Copom. Aproveitamos eventos como esse para nos manifestar e o que continua valendo hoje são o comunicado e ata do último Copom, em que a gente disse que avaliaria um possível ajuste final”, disse, em evento.
No acumulado de agosto, o Magazine Luiza ficou entre os principais destaques de alta, com valorização de 65,50%, dando continuidade à alta de 10,23% em julho.