Magazine Luiza (MGLU3): apesar de melhora na rentabilidade no 4T23, vendas preocupam; ações lideram perdas no Ibovespa

Em relatórios sobre os resultados do quarto trimestre de 2023 do Magazine Luiza (MGLU3), analistas destacaram a melhora da companhia em relação à rentabilidade, mas chamaram a atenção para o cenário desafiador em relação às vendas 1P, que envolve produtos como telefonia e eletrodomésticos, por exemplo. No entanto, acreditam que a varejista deve se beneficiar de novos cortes nas taxas de juros. As ações despencaram na manhã desta terça (19) no Ibovespa.

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No fechamento, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) recuaram 6,64%, cotadas a R$ 1,97.

Cotação MGLU3

Gráfico gerado em: 19/03/2024
5 Dias

Em relatório, a Genial Investimentos elogiou o resultado do Magazine Luiza no 4T23, destacando uma evolução positiva da companhia ao longo dos últimos trimestres, mesmo diante de ventos contrários ao setor e um cenário para 1P continuamente desafiador, dado o elevado endividamento das famílias e o menor apetite de concessão de crédito pelas financeiras.

Mesmo assim, a corretora entende que a companhia tem mostrado um ótimo trabalho em relação à rentabilidade, trimestre após trimestre.

“Surfando junto ao crescimento de seu marketplace, a margem bruta deve dar o impulso necessário para que o lucro operacional ultrapasse os 7,0% em 2024 – algo que já se tornou rentabilidade no próprio 4T23. Junto ao arrefecimento de despesas financeiras, esse boost deve ser suficiente para que o Magalu volte a dar lucro na visão anual”, escreveram os analistas Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon.

A Genial tem recomendação de ‘manter’ para os papéis do Magalu, com preço-alvo a R$ 2,60 (antes em R$ 2,10).

“Apesar de entendermos que Magalu é uma empresa de crescimento e que, por isso, ela pode negociar a múltiplos mais elevados, não nos sentimos confortáveis em elevar para compra uma empresa que, em nossas atuais estimativas, negocia a 67,0x P/E 2024 e 25,0x P/E 2025”, completa a casa.

XP: Magazine Luiza reportou sólido conjunto de resultados

Para os analistas da XP (XPBR31), o Magazine Luiza no 4T23 reportou um sólido conjunto de resultados do quarto trimestre, com um top-line ainda pressionado, mas melhorando a rentabilidade devido à maior penetração de serviços e à forte geração de caixa.

Consumidores começam a se beneficiar de menor alavancagem, diz Goldman sobre Magalu

Para os analistas do Goldman Sachs (GSGI34), à medida em que o Magazine Luiza continuou a concentrar-se em melhorar a rentabilidade, a margem Ebitda recorrente aumentou 115 pontos-base, levando o Ebitda absoluto a superar as expectativas em 4%.

Segundo o banco, isso foi impulsionado por uma melhor margem bruta, ajudada pelo mix, mas também por melhores margens de produto.

“No geral, esperamos que os investidores reajam positivamente aos resultados, concentrando-se nas melhores margens e na geração de caixa, bem como em qualquer feedback positivo potencial sobre as tendências de vendas no acumulado do ano, já que os consumidores estão começando a se beneficiar de uma menor alavancagem e taxas de juros”, escreveram os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.

Bank of America (BofA): Magalu deve reagir bem a novos cortes nas taxas de juros

Os analistas do Bank of America (BofA) esperam que o recente acréscimo de capital do Magazine Luiza reforce a sua posição competitiva, ressaltando que a companhia também deverá reagir bem a novos cortes nas taxas de juros.

“A melhora das tendências de crédito ao consumo também deverá ser um bom presságio para as categorias discricionárias de MGLU. Os riscos permanecem equilibrados, em nossa opinião”, explicaram os analistas Robert Aguilar, Melissa Byun, Vinicius Pretto e Wellington Santana.

O BofA tem recomendação ‘neutra’ para as ações do Magalu, com preço-alvo a R$ 2,40.

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Bradesco BBI destaca melhora da rentabilidade do Magazine Luiza

O Bradesco BBI espera uma reação neutra a ligeiramente positiva do mercado, devido à melhora indicativa da rentabilidade.

“Este foi o primeiro trimestre com EBT positivo após nove trimestres seguidos do lado negativo. A melhora gradual do EBITDA combinada com uma taxa de juros decrescente deve descomprimir gradualmente o EBT”, explicaram os analistas Pedro Pinto, Felipe Cassimiro, João Andrade e Renan Sartorio.

Para a casa, a Luizacred também voltou a um resultado positivo no 4T23 do Magalu, o que pode ser favorável ao crescimento das originações, apoiando também as vendas no varejo.

No futuro, de acordo com o Bradesco BBI, os principais pontos a serem monitorados são:

  • A geração de caixa sazonalmente mais fraca do 1T24 (o fato de não ter havido aumento na base trimestral das contas de fornecedores pode aliviar essa preocupação);
  • Como o impacto de um ciclo de crédito aprimorado se traduzirá em crescimento de vendas para o Magalu;
  • Quando o crescimento das vendas do marketplace se traduzirá em uma expansão mais pronunciada da margem EBITDA.

O Bradesco BBI manteve sua classificação ‘neutra’ para os papéis do Magazine Luiza, com preço-alvo a R$ 3,00, “diante de um ambiente ainda desafiador”, definiu a casa.

BTG Pactual sobre Magalu: vendas 1P continuam em dificuldades

Para analistas do BTG Pactual (BPAC11), os resultados do quarto trimestre do Magazine Luiza mostraram uma tendência de melhoria da rentabilidade, além de uma diminuição significativa das despesas financeiras. No entanto, as vendas 1P continuam em dificuldades.

“Para os próximos trimestres, o MGLU deverá se beneficiar de uma abordagem mais racional de take-rate [comissões cobradas de vendedores no marketplace] e de seu modelo de negócios multicanal para alavancar a operação de marketplace, juntamente com cortes de juros no Brasil, para continuar sua trajetória de recuperação”, escreveram os analistas Luis Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.

O BTG tem recomendação de ‘compra’ para as ações de Magazine Luiza, com preço-alvo a R$ 6,00.

Safra tem visão cautelosa sobre Magazine Luiza após resultado

Para o Safra, o balanço do Magazine Luiza reforça a visão cautelosa do banco sobre a empresa, especialmente no que diz respeito à dinâmica de seu fluxo de caixa e ao seu capital de giro muito exigente. “Em nossa opinião, isso ofusca o primeiro resultado positivo em algum tempo. Portanto, mantemos nossa classificação neutra para as ações”.

BB Investimentos enxerga perspectivas positivas para Magalu

Na visão do BB Investimentos, o Magazine Luiza reportou resultados positivos no 4T23. Segundo a casa, além do crescimento das vendas no marketplace, a companhia entregou elevação da rentabilidade, revertendo o prejuízo observado no mesmo período do ano passado, além de geração de caixa nas atividades operacionais.

“A companhia pontuou que, em 2024, irá acelerar os investimentos em tecnologia para suportar a evolução de sua plataforma. Nesse sentido, concentrará esforços para evoluir na logística, com expansão do fulfillment, no MagaluAds, na Fintech, na experiência do usuário na plataforma e no Magalu Cloud”, reforçou a analista Georgia Jorge.

Ela pontuou que as ações MGLU3 tem performado praticamente de lado desde o início deste ano, em linha com a performance de boa parte dos papéis mais cíclicos do Ibovespa. No entanto, olhando para a frente, a casa enxerga perspectivas positivas para a varejista.

“Além de se beneficiar da melhoria das condições macroeconômicas para venda de bens discricionários, a companhia vem investindo na evolução de sua plataforma, sem perder de vista rentabilidade e a geração de caixa. Nesse sentido, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2024 em R$ 3,68 e a recomendação de compra”, completou Georgia sobre o balanço do Magazine Luiza.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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