Magazine Luiza (MGLU3) tem resultado acima da média, mas XP mantém recomendação
A XP Investimentos ressaltou as perspectivas otimistas com as varejistas Magazine Luiza (MGLU3), no e-commerce, e do Grupo Soma (SOMA3), no vestuário, mantendo recomendação neutra para a primeira e de compra para a segunda.
As ações da Magazine Luiza operam em alta de 0,31% às 13h do pregão desta sexta-feira (14), com preço em R$ 19,19 por ação ordinária. Já os papéis do Grupo Soma estão precificados em R$ 12,82, com alta de 2,97%.
A análise se dá logo após uma semana que contou com vários resultados de varejistas, com destaque para a Magazine Luiza, que superou a concorrência, ampliando o volume de vendas em 63% no ano, e com desempenho sólido nas lojas físicas, ainda que com restrições impostas pela pandemia.
O volume de vendas – ou GMV – é justamente a variável destacada pela corretora para sustentar a tese de que a varejista deve contar com otimismo do mercado acionários depois de divulgar seus resultados.
“Além da companhia ter reportado números acima das nossas estimativas e do consenso, ela apresentou uma performance superior aos seus pares listados, com GMV total subindo 63% na comparação anual, Via Varejo em +27%, MELI em +92% (apenas online) e LAME em +53%. Ainda, acreditamos que o mercado irá receber positivamente a manutenção de margem EBITDA apesar da queda de margem bruta, especialmente frente ao fechamento de lojas no período, o que dificulta a alavancagem operacional”, diz o relatório.
Apesar dos resultados positivos, o cenário posterior deve ser extremamente desafiador para o setor, com a disputa acirrada com players como Amazon (AMZO34) e Alibaba, trazendo volatilidade no curto prazo. A corretora mantém recomendação neutra para o Magazine Luiza, com preço alvo de R$ 27 por ação ordinária até o fim de 2021.
WEST3 tem preço alvo com valorização de 112%
A corretora viu o balanço da Westwing (WEST3) como dentro das expectativas, considerando a receita líquida que cresceu em 1,6% e o EBITDA em -R$5 milhões.
“A companhia conta com a manutenção de uma forte performance de GMV e de vendas, além de aumento da participação do Westwing Now e marca própria, ambos contribuindo positivamente para rentabilidade. Além disso, a categoria de lifestyle mantiveram uma penetração alta, em 16% do GMV, acima de 2020 porém abaixo do 1T20 devido ao efeito da páscoa em Março de 2020″, diz a XP.
A corretora mantém a recomendação de compra para os papéis da companhia, que estão sendo negociados a R$ 8,02 por ação ordinária às 13h desta sexta-feira (14), quando o preço alvo citado pela XP é de R$ 17 por ação.
Soma é vista com bons olhos
A corretora mantém a recomendação de compra para SOMA3, com preço alvo de R$ 17 por ação, ante um preço de R$ 12,75 atual.
A companhia, segundo a XP, teve resultados muito fortes referentes ao primeiro trimestre, com crescimento de receita bruta de 17% no ano, com aumento de 75% no canal digital e 46% no atacado.
“Apesar de esperarmos um curto prazo ainda desafiador por conta das incertezas em relação à pandemia, o que impacta a confiança do consumidor e consequentemente a demanda, acreditamos que o Grupo continuará a entregar resultados sólidos”, diz o relatório.
O restante das varejistas de vestuário, contudo, segue sendo mal avaliado pela corretora. Apesar da recomendação neutra para Lojas Renner (LREN3) e de compra para C&A (CEAB3).
A corretora espera uma reação negativa para a Renner, considerando os resultados abaixo das expectativas, com queda de 15% na receita e 12,7% em vendas, principalmente em decorrência das restrições. O preço alvo é de R$ 50 por ação, ante R$ 43,89 atuais.
A C&A segue na mesma linha, com EBITDA e lucro líquido abaixo do esperado, e uma margem bruta pressionada, ao passo que a Renner sinalizou recuperação das vendas em algum nível. Apesar disso, há recomendação de compra, com preço alvo de R$ 18, pelo fato de a corretora ver um valuation atrativo. Atualmente cada ação ordinária custa R$ 12,40.
GMAT3 segue com recomendação de compra
A varejista de supermercado Grupo Mateus (GMAT3) ainda é recomendação de compra pela corretora, que vê um forte crescimento da companhia em termos de vendas e receita, ainda que com fatores como ausência do carnaval, ano bissexto, menor demanda por material escolar e ausência do auxílio emergencial.
“O principal destaque do resultado foi o crescimento de receita líquida de 39,6% na comparação anual e vendas mesmas lojas (SSS) em +10%, devido à forte expansão de lojas (11 unidades no trimestre e 43 nos últimos 12 meses)”, diz o relatório.
Enquanto a cotação atual dos papéis é de R$ 7,73, o preço alvo citado pela XP é de R$ 11 por ação ordinária.
Grande ameaça à Magazine Luiza é o Mercado Livre
Em relatório passado, a XP destacou que a maior ameaça aos competidores locais, como Magazine Luiza e Via Varejo (VVAR3), é o Mercado Livre (MELI34).
No momento, a fraca performance dos papéis das empresas de e-commerce se explica pela expectativa de retomada econômica e avanço da vacinação, que deve beneficiar as vendas físicas, que ainda assim apresentaram bons resultados em alguns casos, como na Magazine Luiza.