Magazine Luiza (MGLU3): “Expandir o marketplace será o foco para superar dificuldades em 2022”

O consenso Refinitiv esperava que o Magazine Luiza (MGLU3) entregasse um prejuízo líquido de R$ 16,5 milhões no 4T21. Nesta segunda (14), a varejista divulgou que seu lucro líquido contábil foi de R$ 93 milhões, uma queda de 57,6% na comparação com o 4T20. Com ajustes de valores não recorrentes, o valor caiu para um prejuízo líquido de R$ 79 milhões.

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Em entrevista ao Suno Notícias, o vice-presidente de negócios do Magazine Luiza, Eduardo Galanternick, afirmou que o ano de 2021 foi importante para a empresa avançar nas suas estratégias de longo prazo, ainda que o cenário macroeconômico do País tenha sido mais duro e imposto dificuldades.

“Desde 2019, o principal motor do Magalu é o marketplace. Nesses dois anos, as vendas na plataforma quadruplicaram e chegaram a R$ 13 bilhões em 2021. Comparado com 2020, o crescimento foi de 69%. É uma grande conquista e coloca 2021 como um ano importante para a estratégia”, diz Galanternick.

Sobre o prolongamento do cenário de inflação e juros em alta no Brasil, o VP de negócios afirma que o que cabe à empresa é reagir com medidas de curto prazo, como uma análise mais minuciosa sobre o repasse dos preços, o parcelamento de compras sem juros, os subsídios com descontos, entre outros ajustes que buscam mitigar os efeitos e compensar parte das perdas com boas vendas.

Mas o foco da empresa agora, segundo Galanternick, está no avanço da estratégia de longo prazo. “Temos uma visão construtiva para este ano. No segundo semestre vai acontecer a Copa do Mundo, que é um evento importante para as vendas do Magalu. Temos que focar no que está em nossas mãos”, diz.

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Embora não tenha aberto os valores, a empresa informou que em fevereiro de 2022, pela primeira vez, as vendas do marketplace do Magalu superaram o faturamento das lojas físicas.

Em 2021, a participação do e-commerce total chegou a 71,5% das vendas totais da varejista. Para 2022, é nessa expansão da plataforma marketplace que o Magazine Luiza vai focar para superar as dificuldades do cenário macroeconômico do país.

Segundo o VP de negócios, o crescimento dos sellers para a aceleração do 3P em conjunto com a estratégia de logística para diminuir os custos e o tempo das entregas é o movimento da empresa para se diferenciar de seus concorrentes.

“Os mesmos diferenciais competitivos do modelo de negócio multicanal que fizeram o Magalu atingir de maneira sustentável a liderança no 1P brasileiro estão sendo utilizados para alavancar nossa operação de 3P. Atualmente, temos mais de 160 mil sellers, a maior parte deles pequenos varejistas locais, que estão integrados à nossa plataforma. Eles vendem absolutamente tudo, de maneira formal e legal″, diz o Magalu em seu balanço financeiro.

Veja os números do balanço do Magazine Luiza

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Magazine Luiza está de olho nos pequenos empreendedores

Galanternick destaca que o Magazine Luiza acredita na força dos comércios locais. Mais do que focar em sellers que já estão no ambiente digital, a varejista quer captar aqueles que ainda não fizeram a digitalização dos seus negócios.

“Cidades menores ou mesmo capitais mais distantes ainda impõem desafios de prazos mais longos e cobranças de fretes. Com a captação desses sellers, a empresa consegue aumentar o marketplace e integrar essas vendas aos pontos de logística das lojas físicas”, explica o VP.

Em 2021, os Parceiros Magalu somaram 96 mil varejistas digitalizados, sendo mais de 50 mil deles captados pelas equipes de lojas físicas. Para a empresa, isso significa maior distribuição geográfica e expansão de sortimentos locais.

A varejista já tem mais de 1.481 lojas físicas em diferentes localidades do País e planeja avançar no lançamento de mais unidades ao longo de 2022.  “Nossas lojas são mais do que espaços para entrar e comprar produtos. Hoje elas funcionam como ponto logístico de última milha, ponto de retirada para clientes e também de captação para novos vendedores.”

O “Parceiro Magalu” foi um projeto criado pela empresa no início da pandemia, com o objetivo de ajudar pequenos lojistas analógicos a viabilizar seus negócios no período de lockdown. Desde então, a estratégia cresceu e foi incorporada aos planos de longo prazo da varejista.

A adesão ao marketplace do Magalu por esses pequenos empreendedores disponibiliza para eles sistemas de faturamento, back office, crédito, logística, treinamento, promoção e marketing para o negócio.

Novas fontes de receita do Magalu

Magazine Luiza e KaBuM!. Foto: Divulgação
Magazine Luiza e KaBuM!. Foto: Divulgação

Além das categorias tradicionais do Magazine Luiza, em 2022, a varejista deve focar na expansão de novos negócios. No ano passado, as vendas de produtos de novas categorias representaram 45% das vendas do e-commerce (em termos anualizados), impulsionadas também pelo marketplace.

Entram nessa categoria negócios como Netshoes, Época Cosméticos, KaBuM!, Vip Commerce, entre outros. “Todos os novos negócios vêm gerando resultados positivos, acima das expectativas iniciais, e se mostrando extremamente resilientes às oscilações da economia”, diz a empresa.

A categoria de esportes e moda, com a Netshoes, atingiu uma receita recorde de R$ 5 bilhões em 2021. Já a KaBuM! somou um GMV de R$ 4 bilhões. A categoria beleza, com a Época Cosméticos, arrecadou R$ 1 bilhão em vendas totais, assim como a Vip Commerce.

“Quando a gente olha para esses números, é claro o potencial desse setor não tradicional. Todos eles foram importantes durante o período da pandemia e ganharam tração no ano passado. Agora, vamos olhar para frente, para o longo prazo”, diz o VP de negócios do Magazine Luiza.

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Monique Lima

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