Magazine Luiza (MGLU3): Apesar do corte no preço-alvo, BB-BI mantém ações na carteira
Com alta de 13,4% em março, mas com 2022 ainda no vermelho, o BB Investimentos adicionou as ações do Magazine Luiza (MGLU3) na sua Carteira Fundamentalista de Ações, apesar de a sua equipe de research ver upside, mas dar recomendação neutra para os papéis.
O corte nos papéis MGLU3, vale lembrar, foram de R$ 22 para R$ 7,50 na última revisão do case de Magazine Luiza pelos analistas de equity research, logo após a publicação do balanço da companhia, no dia 14 de março.
No relatório da carteira fundamentalista, os especialistas Victor Penna, CNPI, e Wesley Bernabé, CFA, não firmam uma projeção ou preço-alvo para os ativos, mas destacam que a projeção do Ibovespa é de 137 mil pontos ao fim de 2022 – o que representaria uma alta de 14%.
Além disso, também descrevem as teses de investimento das novas ações da carteira.
“As ações da Magazine Luiza vêm se favorecendo de uma conjuntura de fatores, dentre os quais destacamos a perspectiva de estarmos próximos do fim do ciclo de aperto monetário, bem como a gradual recuperação das vendas nos próximos meses, o que deve seguir impactando positivamente os papéis no curto prazo“, diz o relatório.
Segundo os especialistas, a tese de investimento da Magazine Luiza consiste:
- Na capacidade da empresa em combinar crescimento elevado com rentabilidade
- No desenvolvimento de uma estrutura logística omnicanal, integrando lojas físicas às vendas on-line
- Nos investimentos para o desenvolvimento do SuperApp, com incremento do sortimento de produtos e serviços disponíveis, inclusive financeiros
Como riscos, citam os investimentos em aquisição de clientes e no desenvolvimento da omnicanalidade superior ao estimado e a incapacidade de atrair e reter vendedores para sua plataforma de marketplace.
Além disso, também frisam negativamente a incapacidade de escalar e rentabilizar soluções financeiras e o aumento de inadimplência e provisões.
No total da carteira, são 10 ativos recomendados. Nas janelas de 12, 24 e 36 meses, a mesma fica abaixo do seu principal benchmark, o Ibovespa.
As últimas vezes em que esteve rentabilizando acima da média da bolsa foram em abril de 2021, quando fechou o mês com 8% de alta ante 1,9% do índice, em junho, com 2,2% ante 0,5%, e em fevereiro, com 1,7% ante 0,9%.
Em setembro de 2021, contudo, a carteira caiu menos do que o Ibovespa (3,1% ante 6,6%), assim como em outubro (6% ante 6,7%).
Time de research vê inflação como risco para Magazin Luiza
Na revisão de preço em que houve o corte de R$ 22 para R$ 7,50, a analista Georgia Jorge, CNPI, destaca que, ao incorporar os resultados do 4T21 à sua análise, projeta uma piora na venda de bens duráveis.
Além disso, as premissas de crescimento e rentabilidade com o cenário de juros e inflação são apontados como fatores negativos.
“Por ser uma tese de crescimento, as alterações em premissas de prêmio de risco exercem um efeito bastante significativo no valuation da companhia, o que justifica essa queda abrupta de nosso preço-alvo. De modo geral, entendemos que esse novo patamar de preço das ações da Magazine Luiza reflete a precificação pelo mercado de um crescimento mais modesto daqui para frente, além do próprio aumento concorrencial, trazendo novos desafios à tese de investimento”, diz o relatório do banco de investimento.
Desempenho de MGLU3
As ações do Magazine Luiza ainda ficam cotadas abaixo do target da research do BB, a R$ 6,82 no fechamento do dia 31 de março. Contudo, nos últimos seis meses a companhia viu seus papéis caírem 53%.
No acumulado de 12 meses a queda do Magazine Luiza é ainda maior, de 66,6%.