Via (VVAR3) e Magalu (MGLU3) correm na logística, mas ainda ficam para trás
O cliente que faz uma compra hoje não aguenta mais esperar por muito tempo a chegada de seu produto. Com a redução de prazos de entrega, 7 dias podem parecer uma eternidade. Por esse motivo, as grandes varejistas como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VVAR3), Amazon (AMAZO34) e Mercado Livre (MELI34) apostam na implantação da entrega mais rápida do Brasil. Mas afinal, quem está vencendo essa disputa?
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Apesar da Via planejar ser o hub de logística para vendedores de marketplaces concorrentes e o Magazine Luiza prometer entregar o produto na porta do cliente em até uma hora sem custo adicional ao valor do frete, os especialistas apontam que quem está vencendo essa disputa é o Mercado Livre, que consegue ser rápido e eficiente em todas as suas entregas.
“Essa corrida existe, porque há muita competição, claro que isso acelerou por conta da pandemia, mas isso deve permanecer. O produto nas plataformas é igual para todo mundo, ninguém vende algo diferente. Dessa forma, a diferenciação fica na parte da experiência do cliente, no frete grátis e na entrega mais rápida, o que faz toda a diferença”, analisou o Gerente de Research da Ativa Investimentos, Pedro Serra.
A competição é dura mas as outras varejistas não ficam para trás, isso porque a Via, Magazine Luiza, Amazon e AliExpress têm se posicionado e investido em uma experiência melhor para o cliente.
Confira as estratégias de cada varejista:
- O Magalu promete o produto na porta do cliente em até uma hora, em 11 cidades brasileiras, sem custo adicional ao valor do frete.
- Já a Via e o Mercado Livre batem na porta do cliente no mesmo dia da compra. Essa operação da Via funciona em 14 estados e do Mercado Livre na Grande São Paulo, regiões metropolitanas de Florianópolis e Salvador
- A Amazon entrega no mesmo dia mas com um custo extra
- O AliExpress promete importar o produto da China e chegar na casa do cliente em até 7 dias.
De acordo com o especialista em tecnologia e inovação, Arthur Igreja, o Mercado Livre está ganhando por apostar em logística própria. Segundo os dados de fevereiro da empresa, cerca de 70% das suas entregas são feitas em 1 dia.
Em novembro do ano passado, a empresa argentina havia anunciado a Meli Air, sua frota própria de quatro aviões que são operados por diferentes companhias aéreas. “O Mercado Livre está investindo pesado nas transportadoras parceiras, além da logística própria. É notório a quantidade de veículos que vemos nas ruas da empresa”.
Já a Via, embora também faça entregas em 1 dia em alguns lugares, em outros ainda enfrenta longas viagens, segundo o especialista.
Como ficam Magazine Luiza, Via e outras varejistas?
No ranking da corrida, o Mercado Livre, por apostar em logística própria, vence, mas os especialistas reconhecem o trabalho que vem sendo feito pelo Magazine Luiza e pela Amazon. No entanto, eles apontam que as varejistas ainda concentram suas operações nas principais cidades do País.
“O Magazine Luiza e a Amazon estão fazendo um trabalho muito bem feito. As empresas estão investindo em plataformas e infraestrutura para poder oferecer um alto nível de serviço. Mas o Brasil é um território extenso e regionalizado com uma infraestrutura carente, então, não é fácil você escalar isso em uma capilaridade nacional”, analisou o fundador da Varese Retail, Alberto Serrentino.
Já a Via e Americanas, fusão da B2W (BTOW3) com Lojas Americanas (LAME4), aparecem atrás nessa corrida por terem demorado a perceber a tendência do setor de investir pesado em logística e experiência do consumidor. Porém, os especialistas reconhecem a virada de chave que a Via tem adotado para se tornar ainda mais uma companhia competitiva.
“A Via está um pouco atrás nessa corrida. Ela estava largada, não estava tendo investimentos adequados e acabou que perdeu mercado. Mas agora sim, a empresa está investindo na infraestrutura”, disse Serra.
O plano de ser o hub de logística para vendedores de marketplace concorrentes é positivo, segundo a análise de Serrantino, porque permite diluir investimentos, aumentar a capacidade e a escala de investimentos, além de diminuir os custos, assim como a Amazon.
Por que a pressa?
A pandemia intensificou a corrida do e-commerce, pois as pessoas hoje estão mais ansiosas e desejam que seus produtos cheguem o mais rápido possível.
“Antes as pessoas saíam, passeavam e então davam aquela descomprimida. Mas agora comprar virou sinônimo para resolver o problema, então elas querem o mais rápido possível, quem fizer isso melhor vai ter mais fidelidade de clientes”, analisou Igreja.
Com essa nova postura de clientes mais exigentes, as companhias como Magazine Luiza, Via e Amazon acabaram investindo ainda mais em logística e em centros de distribuição. “Com o mercado trabalhando preços muito próximos dos produtos, quem entrega mais rápido e com o menor preço acaba se tornando um diferencial e ganhando preferência dos consumidores”, concluiu a especialista da Terra Investimentos, Heloise Fernades Sanchez.
