Luiza Trajano, do Magazine Luiza (MGLU3), defende cotas para negros em empresas
Fundadora do Magazine Luiza (MGLU3) e integrante do Grupo Mulheres do Brasil, Luiza Trajano, defendeu ontem, em audiência virtual na Câmara dos Deputados, a política de cotas raciais nas empresas como processo transitório para superar desigualdades. Trajano detalhou o programa do Magazine Luiza de trainee para negros, que causou polêmica ao ser lançado em setembro do ano passado para reverter a quase ausência de negros nos postos de chefia da empresa.
O programa foi recebido com críticas agressivas, denúncias de “racismo reverso” e ameaças de boicote de compras na empresa. Hoje, porém, os resultados são positivos e Luiza Trajano já projeta negros nos cargos de direção do Magazine Luiza. “A gente só consegue mudar quando entra com políticas públicas”, diz ela, que vê a política de cotas como um processo transitório para superar desigualdades.
Ela afirma que a empresa já mudou de ciclo. “O que nós precisamos agora é de mais negros e negras em cargos altos da empresa, já que temos hoje poucas pessoas nos conselhos e pouquíssimas em alta diretoria-executiva. É essa a meta do Magazine Luiza”, explicou.
O grupo de juristas também ouviu os representantes das principais instituições do setor produtivo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou ações e projetos de inclusão de jovens e de incentivo a novos empreendedores negros.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou cursos de qualificação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e as cláusulas antirracistas sugeridas para as convenções coletivas de trabalho.
Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) opinou que medidas de incentivo a boas práticas podem ser mais efetivas do que as punitivas. Atualmente, os negros correspondem a apenas 28% do total de bancários.
Última cotação do Magazine Luiza
Na última sessão, quinta-feira (8), o Magazine Luiza encerrou em alta de 8,71%, negociado a R$ 21,85.
(Com informações da Agência Câmara)