Governo Macron suspende alta nos combustíveis para encerrar protestos
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou nesta terça-feira (04) a suspensão do reajuste tributário sobre preços de combustíveis. O governo Macron tomou a decisão para conter a onda de manifestações que vem ocorrendo em toda França.
O reajuste estava agendado para entrar em vigor em 1º janeiro de 2019. Segundo o presidente Emmanuel Macron, o aumento dos impostos teria como causa a necessidade de combater as mudanças climáticas e proteger o meio ambiente.
Entretanto, a população francesa, que vem perdendo poder aquisitivo, não recebeu de forma otimista a proposta.
A onda de mobilizações civis contra o reajuste ascendeu em novembro.
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O presidente francês, após retornar da cúpula do G20 no domingo, convocou uma reunião de emergência para debater a possibilidade de declarar estado de emergência, visto que não conseguiu entrar em acordo com representantes do movimento.
A última vez em que o governo francês tomou esta medida foi em 2015, após os atentados terroristas do Estado Islâmico em Paris.
Coletes Amarelos
Protestos foram iniciados em cidades do interior da França. A movimentação ganhou força, e logo chegou às grandes cidades, impulsionada pelas redes sociais.
A petição “por uma redução nos preços do combustível” ganhou mais de um milhão de assinaturas.
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Os manifestantes, em sua maioria, vão às ruas vestindo o colete amarelo, item de segurança de trânsito obrigatório na França. Caso o veículo não possua em seu interior o colete, o dono estará cometendo uma infração passível de multa.
Assim, o colete amarelo tornou-se o símbolo da onda de protestos. Frases como “coletes amarelos resistirão” apareceram pixadas nas ruas de Paris.
Nos últimos três fins de semana, houveram manifestações a nível nacional. No primeiro dia, 282 mil pessoas compareceram às ruas. Já no segundo, 106 mil.
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No último fim de semana, 136 mil cidadãos foram às vias públicas francesas. Na Avenida Champs Elysées, houve confronto com a polícia. 130 pessoas ficaram feridas e 400 foram detidas.
Na segunda-feira (03) os protestos prosseguiram em diversos pontos, como bloqueios de rodovias, estradas e acessos a complexos petrolíferos.
A mobilização dos franceses vêm inspirando outros cidadãos a se manifestarem da mesma forma. Influenciados via redes sociais, alemães, holandeses e belgas também realizam protestos em menores proporções com os coletes amarelos.
A proposta de reajuste de Emmanuel Macron, e a insatisfação da população francesa pode ter se tornado o marco de iniciativas antiausteridade no continente europeu.