O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta segunda-feira (26), que quer repensar o acordo de livre-comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, dizendo que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, não respeita os compromissos assumidos na área ambiental. A informação foi divulgada pelo jornal “Valor Econômico”
Macron disse em entrevista à TV F1 (TV pública francesa), que rejeitou a ideia do acordo estar descartado, contudo, afirmou que “o texto do Mercosul não é suficiente”, já que a França não deu seu aval definitivo.
A França, antes de uma possível ratificação, exige mudanças em relação ao combate às mudanças climáticas e à proteção da Amazônia.
Emmanuel Macron também lembrou que o acordo entre a UE e o Canadá foi “melhorado” antes da ratificação.
Segundo o presidente do país, o que ocorre com a Amazônia é uma demonstração de que Bolsonaro não respeita suas promessas em relação à área ambiental.
Para ministra, declaração de Macron foi oportunista
Nesta segunda-feira (26), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que a fala do presidente da França, Emmanuel Macron, em relação às queimadas na Amazônia “foi oportunista”.
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Durante evento na Câmara árabe, em São Paulo, a ministra declarou: “Foi oportunista. Foi um problema interno do Brasil, que prejudica a imagem do país, que já não anda muito bem. Só que o bom senso prevaleceu na reunião do G7”, afirmou Cristina sobre a declaração do presidente francês sobre a Amazônia.
“As relações comerciais com a Europa depois da assinatura do acordo deixou com certeza alguns países preocupados pela pujança do nosso agronegócio e pelo mercado que nós podemos tirar, principalmente a Irlanda”, salientou a ministra. “Não é de hoje que os produtores rurais da França vêm se insurgindo contra os produtos brasileiros, querendo denegri-los por um problema de comércio”, completou.
Acordo UE-Mercosul
O Mercosul e a União Europeia fecharam as negociações para o acordo de livre-comércio entre os dois blocos no dia 28 de junho deste ano.
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O tratado comercial compreende serviços, investimentos, bens e compras governamentais. O acordo foi oficializado após 20 anos em pauta.
No último sábado (24), o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, declarou que é difícil pensar que o bloco europeu possa aprovar um pacto de livre comércio com o Mercosul enquanto o Brasil não detém os incêndios que ocorrem na Amazônia.
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