A M. Dias Branco (MDIA3) divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22) na última sexta-feira (12). No fechamento da sessão desta segunda (15), a ação da empresa subiu 24,42%, cotada a R$ 40,66. O mercado se surpreendeu com os números do trimestre, especialmente em relação ao Ebitda da companhia (lucro antes juros, vimpostos, depreciação e amortização).
O Ebitda da M. Dias Branco alcançou R$ 357,1 milhões entre abril e junho, aumento de 113,6% sobre o mesmo trimestre de 2021. Já a margem Ebitda foi de 14,3% no período, crescimento de 5,8 pontos percentuais ante o 2T21.
Na visão dos analistas do Itaú BBA, os resultados foram, em geral, positivos. O Ebitda ajustado veio 58% acima da estimativa e 77% superior ao consenso do mercado.
“A surpresa positiva foi impulsionada principalmente pela estratégia de preços da empresa, que desencadeou uma expansão de margem, pois os preços aumentaram mais rapidamente que os custos. A margem Ebitda ajustada recuperou para dois dígitos, atingindo 15,4% no trimestre, 530 bps acima da nossa projeção”, pontuam os analistas, em relatório.
Entre outros destaques do Itaú BBA, houve uma queda de market share no segmento de biscoitos no 2T22, “provavelmente devido a seus aumentos de preços superando os da indústria. A participação de mercado de massas da M. Dias foi relativamente estável no trimestre”, afirmam.
Outro ponto importante foi a questão da inflação, que ainda impacta fortemente os preços médios dos produtos da companhia. “O aumento dos preços médios da M. Dias Branco, parcialmente implementado por meio de uma estratégia de redução de embalagens, permitiu que a companhia apresentasse um Ebitda ajustado de R$ 384 milhões, um aumento de 160% a/a”, diz o relatório.
A queima de caixa totalizou R$ 146 milhões no 2T22 e a dívida líquida/Ebitda da M. Dias Branco diminuiu ligeiramente, para 1,3 vez no final do trimestre contra 1,4 vez no 1T22.
O Itaú BBA classifica as ações da M. Dias Branco como market perform, com preço-alvo de R$ 27 para 2022.
A XP Investimentos destacou que houve uma “impressionante recuperação” de margens da M. Dias Branco no período após a acomodação dos preços das commodities, e, portanto, alívio nas pressões de custo, o que se traduziu em um Ebitda bem acima das estimativas. Entretanto, os analistas da corretora optaram por manter a recomendação neutra.
“Conforme analisamos em nosso relatório de Início de Cobertura, nossa análise de regressão nos fez entender que a empresa consegue arbitrar preços em períodos de queda de preços de commodities, representando, portanto, uma dinâmica de positiva para as margens”, relatam os analistas.
A ação está superando o Ibovespa em 31,3% no acumulado do ano, e a XP vê a empresa sendo negociada a 11,2 vezes o Enterprise Value/Ebitda para o fim de 2023 (vs. sua média de 8 anos de 12,0 vezes).
“Somos da opinião de que a melhora nos fundamentos já está precificada”, explicam os analistas, sobre a M. Dias Branco.