O grupo de produtos de luxo LVMH, dono da marca Louis Vuitton, concluiu nesta quinta-feira (7) a aquisição da joalheria americana Tiffany por US$ 15,8 bilhões (cerca de R$ 85,40 bilhões).
Diante disso, a LVMH nomeou dois altos executivos de sua marca Louis Vuitton e um dos filhos do fundador bilionário Bernard Arnault para comandar a Tiffany.
Anthony Ledru, executivo de joalheria que trabalhou anteriormente na Tiffany antes de ingressar na Louis Vuitton em 2014, assumirá como o novo presidente da marca. Enquanto o atual presidente da empresa, Alessandro Bogliolo, permanecerá no posto até 22 de janeiro.
De acordo com a empresa, os três executivos terão a tarefa de melhorar o desempenho do ícone do varejo americano de 183 anos, conhecido por seus anéis de casamento de diamantes.
Com a pandemia do coronavírus (covid-19), as vendas da LVMH registraram uma queda de 21% em uma base comparável para 30,3 bilhões de euros nos primeiros nove meses do ano passado, enquanto as da Tiffany caíram 24%, para US$ 2,3 bilhões.
Apesar disso, as ações da LVMH subiram 22% em 2020, tornando-se a segunda maior empresa da Europa com um valor de mercado de 259 bilhões de euros.
Vale ressaltar que a dona da Louis Vuitton ameaçou desistir do negócio, argumentando que o preço que concordou em pagar pouco antes do início da pandemia não era mais considerado justo, levando a um processo judicial com a Tiffany.
Contudo, a LVMH, posteriormente, garantiu um pequeno corte de preço, permitindo que houvesse a ratificação do negócio pelos acionistas na semana passada.
“Tenho o prazer de dar as boas-vindas à Tiffany e a todos os seus talentosos funcionários em nosso grupo”, disse Arnault em um comunicado. “Estamos otimistas quanto à capacidade da Tiffany de acelerar seu crescimento, inovar e permanecer na vanguarda das conquistas e memórias mais preciosas de nossos clientes.”
Histórico entre LVMH e Tiffany
Recentemente, a Tiffany vem passando por conturbados períodos em seu negócio. No momento em que recebeu a primeira proposta da LVMH, em outubro de 2019, por US$ 14,5 bilhões, a famosa joalheria estadunidense passava por uma crise econômica, ocasionada por menores gastos de turistas e impactada pela guerra comercial entre EUA e China, o que fortalecia o dólar, considerado ruim para sua operação.
Veja também: LVMH, dona da Louis Vuitton, avalia desistir da compra da Tiffany
Por mais que a LVMH havia apresentado uma proposta com um prêmio de 30% sobre o valor de mercado da Tiffany, a negociação não avançou. Em novembro, todavia, com a proposta de US$ 16,2 bilhões, o acordo foi fechado, mas as condições do mercado se deterioraram desde então.
Devido aos efeitos da pandemia, a Tiffany informou que seus resultados do primeiro trimestre foram significativamente impactados.
Última cotação
Por volta das 17h35, os papéis da LVMH registravam uma alta de 2,59% em Paris, negociadas a 515,30 euros.