Lula volta a defender taxação dos dividendos em uma eventual reforma do Imposto de Renda
O candidato à presidência da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender novos reajustes na tabela do Imposto de Renda e a tributação de dividendos neste fim de semana.
Segundo Lula, o “povo trabalhador” paga mais impostos do que banqueiros e donos de empresas. A declaração foi dada em um comício no vale do Anhangabaú, em São Paulo, acompanhado pela CNN Brasil.
“Não é possível. Por que essa gente não paga [imposto] sobre lucro? Sobre dividendos? Quem paga é o povo, que descontam no holerite, e não tem o que fazer. Esse país vai voltar a ser justo”, disse.
No dia 15 de agosto, primeiro dia de campanha conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula havia citado uma reforma do Imposto de Renda em seu eventual governo.
“Eu falei pros trabalhadores da Volkswagen: se preparem porque nós vamos ganhar as eleições e depois que eu tomar posse eu vou vir na porta da Volkswagen para anunciar o reajuste da tabela do imposto de renda”, disse o presidenciável.
Quais as chances de taxarem dividendos?
Segundo o Barômetro do Poder, iniciativa de pesquisa quantitativa do InfoMoney junto à especialistas, as probabilidades de taxação de dividendos são mais altas em um governo Lula do que em um segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL).
Em uma escala de 1 a 5, o petista tem 3,75 ante 2,75 de Bolsonaro – que, aliás, já teve a medida em trâmite no seu governo.
Em maio de 2021 o Congresso sinalizou que poderia taxar em 20% os dividendos na Reforma do IR, o que não ocorreu.
Ainda em maio deste ano, parlamentares discutiam junto ao governo uma alíquota que viria a recair sob os dividendos, mas na casa dos 10%, após desgastas no trâmite legislativo.
Se aprovado, independente da alíquota, o novo imposto que recai sobre os dividendos seria cobrado a título de Imposto de Renda na fonte.
A medida que ficou em trâmite até metade deste ano, assim como a taxação sob os mais ricos, está inclusa na discussão econômica dos candidatos Lula e Bolsonaro, que lideram as pesquisas, com o petista à frente.