Lula na COP 27: “Não há segurança climática para o mundo sem Amazônia protegida”
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, do resultado das eleições, “dependia, não apenas a paz e o bem-estar do povo brasileiro, mas também a sobrevivência da Amazônia”. O discurso oficial foi realizado nesta quarta-feira (16), durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP 27), no Egito.
De acordo com Lula, após uma disputa acirrada das eleições, os brasileiros fizeram suas escolhas “e a democracia venceu. Com isso voltam a vigorar os valores civilizatórios, o respeito aos direitos humanos e o compromisso de enfrentar, com determinação, a mudança climática”.
Segundo Lula, desde 2019, o país lida com “um governo desastroso em todos os sentidos”, como “na devastação do meio ambiente”.
“A frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países é: ‘o mundo sente saudade do Brasil’. Quero dizer para vocês que o Brasil está de volta”, declara.
Lula reforça a necessidade de ‘uma Amazônia protegida’
Segundo Lula, “não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida”. Diante disso, ele informou que não medirá esforços para acabar com o desmatamento e degradação dos biomas até 2030.
O presidente eleito anunciou que “o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura” de seu próximo governo.
“Vamos recriar e fortalecer todas as organizações de fiscalização e o sistema de monitoramento, que foram desmontados nos últimos quatro anos. Vamos punir, com todo rigor, o responsável por qualquer atividade ilegal”.
Ele ainda declarou que será criado o Ministério dos Povos Originários. O objetivo seria que os povos indígenas apresentem, ao governo, propostas de políticas que lhes garantam “sobrevivência digna, segurança, paz e sustentabilidade”.
Pretensão de sediar a COP 30 de 2025 na Amazônia
Uma das iniciativas propostas por Lula é oferecer o Brasil para sediar a COP 30, em 2025.
Lula disse que existem diversas cidades que desejam levar o evento para essas localidades, mas o petista defende a realização em um município no estado do Amazonas, “para que as pessoas, que tanto defendem a Amazônia, tenham noção da importância dessa parte do mundo que nós, possivelmente, sozinhos não teremos forças e nem dinheiro para cuidar com o cuidado que a Amazônia precisa ser cuidada”.
‘Os acordos já finalizados têm de sair do papel’
Ao agradecer pelo convite para participar do evento, mesmo antes da posse como presidente, Lula disse se tratar de um “reconhecimento de que o mundo tem pressa de ver o Brasil participando, novamente, das discussões sobre o futuro do planeta”.
O futuro presidente citou que o mundo vem passando por “momentos difíceis. Mas foi nos tempos difíceis e de crise que a humanidade sempre encontrou forças para enfrentar e superar seus desafios”.
“Precisamos de mais confiança e determinação. Precisamos de mais liderança para reverter a escalada do aquecimento. Os acordos já finalizados têm de sair do papel”, prossegue.
Neste sentido, Lula cita a necessidade de tornarem recursos disponíveis “para que os países em desenvolvimento, e, em especial, os mais pobres, possam enfrentar as consequências de um problema criado, em grande medida, pelos países ricos, mas que atinge, de maneira desproporcional, os mais vulneráveis”.
Lula ainda declarou que o “Brasil está pronto para se juntar, novamente, aos esforços para a construção de um planeta mais saudável”.
