Lula (PT) é eleito presidente do Brasil com 50,8% dos votos

Lula (PT) foi eleito o 39º presidente do Brasil. O candidato foi eleito no pleito deste domingo (30), com 50,83% dos votos válidos (59.801.287), em uma das eleições mais disputadas da histórica da República.

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Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deram vitória matemática a Lula com 98,81% das urnas apuradas. Com 99,76% das urnas, o petista aumentou sua vantagem para 50,89% dos votos válidos (60.178.997).

Jair Bolsonaro (PL) fez 49,11% dos votos (58.084.978). O pleito foi apertado, conforme apontavam as pesquisas eleitorais. Foi a eleição mais apertada desde a redemocratização do Brasil.

Além disso, trata-se da primeira vez que um candidato é eleito pela terceira vez à presidência da república e a primeira que um presidenciável não é eleito.

Quando assumir, em janeiro, Lula, 77, será o mais velho ocupante do cargo na história.

No primeiro turno, Lula (PT) teve 48,43% dos votos válidos (57.259.504) ante 43,20% (51.072.345) dos votos válidos de Jair Bolsonaro (PL).

Você pode conferir como foi a apuração das urnas e o desenrolar da corrida eleitoral aqui.

Mais cedo as eleições 2022 tiveram tumulto por conta de episódios com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Contudo, após declarações do ministro Alexandre de Moraes em coletiva de imprensa, ficou claro de que o pleito não foi afetado.

Moraes preside o TSE e disse que os episódios somente atrasaram as eleições, mas não impediram ninguém de votar. O cronograma, desta forma, findou às 17h, conforme previsto.

“Isso retardou a chegada dos eleitores, mas não impediu os eleitores de chegarem às suas respectivas seções. Segundo o diretor-geral, foi essa questão de interpretação. As vistorias foram feitas em ônibus sem condições transitar, mas que não voltaram à sua origem. Os eleitores seguiram e votaram. Foi determinado que todas as operações cessassem em reunião”, disse Moraes.

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Veja propostas para economia de Lula

As propostas de Luiz Inácio Lula da Silva

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concentra seu plano de governo em combater o endividamento e o desalento das famílias, além de citar um compromisso com o desenvolvimento econômico sustentável “com estabilidade, investimento produtivo, justiça tributária e transparência” na definição e execução dos orçamentos públicos.
Segundo documento publicado pelo TSE, a proposta de governo petista anuncia como tarefa prioritária “coordenar a política econômica para combater a inflação e enfrentar a carestia, em particular a dos alimentos e a dos combustíveis e eletricidade”.

O combate à inflação é citado cinco vezes no documento do PT, que destacou a atuação do governo atual no combate à alta dos preços, com críticas na condução de medidas. No entanto, durante o decorrer do texto nenhuma ação foi apontada como certeira para ser tomada em um eventual governo visando o combate à inflação.

Confira em detalhes a lista de propostas

  • Propor nova legislação trabalhista de proteção a toda forma de ocupação, revogando marcos legais regressivos atuais e reestabelecendo o acesso gratuito à Justiça do trabalho;
  • Incentivar reestruturação sindical, com respeito à autonomia dos sindicatos, visando incentivar negociações coletivas e resolução ágil dos conflitos, garantindo direitos;
  • Retomar política de valorização do salário mínimo;
  • Implantar Sistema Nacional de Cultura, descentralizar recursos e reestruturar a cadeia produtiva;
  • Reestabelecer estabilidade política, econômica e institucional para proporcionar confiança e segurança a investimentos;
  • Adotar estratégia nacional de desenvolvimento justo, solidário, sustentável, soberano e criativo, buscando superar o modelo neoliberal;
  • Estimular o mercado interno e consumo em massa, potencializar o gasto social, aprimorar infraestruturas econômicas, urbanas e sociais e o uso ambientalmente sustentável de recursos naturais estratégicos;
  • Revogar o teto de gastos;
  • Construir novo regime fiscal, que tenha credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade, mas também flexibilidade, com transparência e acompanhamento do custo-benefício das políticas públicas;
  • Fortalecer o Sistema de Planejamento e Orçamento Federal e a articulação entre investimentos públicos e privados;
  • Propor Reforma Tributária que simplifique tributos, reduzindo tributação do consumo, garantindo progressividade tributária, preservando o Estado de bem estar social e aperfeiçoando a tributação do comércio internacional, desonerando progressivamente produtos de maior valor agregado;
  •  Combater sonegação de impostos e fazer os muito ricos pagarem mais imposto de renda, utilizando recursos em projetos que promovam crescimento e igualdade;
  • Combater a inflação e enfrentar a carestia, em particular dos alimentos, combustíveis e eletricidade;
  • Estabelecer uma política nacional de abastecimento, com retomada de estoques reguladores e ampliação de financiamento e de apoio à produção;
  • Transição para nova política de preços dos combustíveis e do gás que considere custos nacionais seja adequada à ampliação dos investimentos em refino;
  • Reduzir volatilidade da moeda brasileira;
  • Renegociar dívidas das famílias e pequenas e médias empresas por meio de bancos públicos e com incentivos aos privados;
  • Ampliar oferta e reduzir custo do crédito, com maior concorrência no sistema bancário;
  • Fortalecer a empresa nacional, pública e privada, com financiamento, compras governamentais, investimento público, ampliando e agregando valor à produção;
  • Reverter a desindustrialização, promover a reindustrialização e reverter a desnacionalização do parque produtivo e modernizá-lo, com foco nas prioridades do país e estímulo a complexos industriais estratégicos, como Saúde, Energia, Alimentos e Defesa;
  • Elevar competitividade com desburocratização, redução do custo do capital, ampliação de acordos comerciais, avanço na digitalização, investimentos em inovação, pesquisa científica e tecnológica, defesa do meio ambiente e aproveitamento de diferenciais competitivos;
  • Compromisso com a soberania alimentar, por meio de novo modelo de ocupação e uso da terra urbana e rural, Reforma Agrária e apoio à pequena e média propriedade agrícola, em especial a familiar;
  • Agregar valor à produção agrícola e fortalecer a produção de insumos, máquinas e implementos e fortalecer a Embrapa, para identificar potencialidades e assegurar avanços tecnológicos;
  • Política de compras públicas para incentivar produção de alimentos saudáveis e de qualidade, reduzindo custos de produção e preços e fomentando a produção orgânica e agroecológica;
  • Estímulo à atividade minerária, com proteção do meio ambiente, dos direitos de trabalhadores e das comunidades locais, aperfeiçoando a regulação do setor e combatendo atividades ilegais, particularmente na Amazônia;
  • Modernização e ampliação da infraestrutura de logística por meio de investimentos públicos; Imediata retomada do investimento em infraestrutura e estímulo ao investimento privado, além da retomada de obras paralisadas atualmente;
  • Fortalecer política pública para coleção das águas, promovendo a progressiva melhoria de qualidade, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
  • Garantir a atuação das entidades públicas e estatais na prestação de saneamento básico;
  • Garantir soberania e segurança energética do país, com ampliação da oferta e diversificação da matriz, com expansão de fontes limpas e renováveis;
  • Expandir a produção de derivados do petróleo, levando em conta os custos nacionais;
  • Recompor o papel indutor e coordenador do Estado e das estatais no desenvolvimento econômico e progresso social, produtivo e ambiental;
  • Oposição à privatização da Petrobras, da Pré-Sal Petróleo S.A, da Eletrobras e dos Correios;
  • Petrobras terá plano estratégico e de investimentos orientado para segurança energética, autossuficiência nacional e garantia do abastecimento;
  • Preservar regime de partilha e fundo social do pré-sal;
  • Fortalecimento dos bancos públicos no fomento ao desenvolvimento e na oferta de crédito a longo prazo e de garantias em projetos estruturantes;
  • Recompor sistema nacional de fomento científico e tecnológico, via fundos e agências como FNDCT, CNPq e CAPES, assegurar a liberdade de pesquisa e fortalecer o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação;
  • Voltar a estimular a indústria do turismo e retomar investimentos em infraestrutura, segurança e qualificação dos trabalhadores e das empresas do segmento e a promoção do país nos mercados interno e externo;
  • Combater desigualdades regionais, fortalecendo o desenvolvimento das regiões e estimulando cooperação;
  • Garantir a empreendedores individuais, sociais e cooperativismo acesso a crédito facilitado, assistência técnica e tecnologia, com prioridade em compras públicas e superação de burocracia;
  • Estimular as economias solidária e criativa e o empreendedorismo social e fortalecer redes, cadeias e iniciativas de cooperativismo, com facilitação de acesso a mercados e crédito e estímulo à inovação;
  • Dirigir os benefícios sociais dos investimentos para as populações indígenas, quilombolas, ciganos, tradicionais, vulneráveis e marginalizadas.

Acima, estão as propostas de Lula que constam em seu plano de Governo.

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Eduardo Vargas

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