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Lula quer rediscutir autonomia do BC após término do mandato de Campos Neto

Lula pede que países ricos paguem conta por preservação de florestas

Lula pede que países ricos paguem conta por preservação de florestas. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Lula (PT) afirmou, na véspera, que pode debater a autonomia do Banco Central (BC) após o término do mandato do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.

Conforme o cronograma atual, Campos Neto presidirá o Banco Central até o fim do ano de 2024 – e o mandatário já negou a possibilidade de permanecer trabalhando na autoridade monetária. Segundo Lula, a autonomia foi ‘dada’ por ele em ocasiões anteriores.

Em declarações ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV! e do portal UOL, o petista disse que mantinha uma relação positiva com Henrique Meirelles, por exemplo.

“O que acontece é que a gente conversava. Este país está dando certo? Este país está crescendo? O povo está melhorando de vida? Não. Então, eu quero saber de que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse.

“Eu acho que eles [os presidentes da Câmara e do Senado] imaginavam que, fazendo o Banco Central autônomo, a economia voltaria a crescer, os juros abaixariam e tudo ia ser maravilhoso”, seguiu.

Além disso, voltou a criticar o atual patamar da taxa básica de juros, a 13,75% ao ano, e a meta de inflação, de 3,25%.

Segundo Lula, o “Brasil precisa voltar a crescer” e não há razão para a taxa básica de juros ficar no patamar atual, acima de 13%.

Lula disse que irá reunir um grupo de empresários para entender por que a Selic é mantida em patamares altos e que irá cobrar uma explicação de Campos Neto.

Ainda nesta semana, Alckmin deu declarações semelhantes durante uma participação em um evento empresarial.

Autonomia do Banco Central não tem 3 anos

A política criticada por Lula foi instaurada através de uma Lei que passou a vigorar somente durante o ano de 2021, no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Campos Neto considera a medida um “amadurecimento institucional”.

“A literatura econômica e a experiência internacional mostram que a autonomia do Banco Central está associada a níveis mais baixos e menor volatilidade da inflação, sem prejudicar o crescimento econômico”, disse à época.

A legislação estabelece mandato fixo de quatro anos para o Presidente do BC e demais diretores da autoridade monetária.

Além disso, prevê que o mandato da presidência do BC não deverá coincidir com o mandato do Presidente da República.

Os diretores também assumem de forma escalonada, de dois a cada ano – de um total de oito.

Além disso, desvincula o BC do Ministério da Economia e o mantém mais distante do Planalto e de interesses do Poder Executivo.

Lula comparou Lemann a Eike

Também na quinta-feira (2), o presidente Lula comparou o empresário Jorge Paulo Lemann a Eike Batista, afirmando que o acionista de referência da Americanas (AMER3) pode ter o mesmo destino do ex-presidente do Grupo X.

“Quando era pequeno, a gente aprendia: nada como um dia atrás do outro. Esse Lemann era vendido como ‘suprassumo do empresário bem sucedido no planeta Terra’. Era o cara que financiava jovens para estudar em Harvard e formar novo governo. Ele era o cara que falava contra corrupção todo dia e depois ele cometeu fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões”, disse Lula.

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