O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira (8) que uma “palavra mágica” permitirá o estabelecimento da igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função: a obrigatoriedade.
Durante evento realizado no Palácio do Planalto, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, Lula anunciou um pacote de medidas focadas no público feminino, entre eles o projeto de lei (PL) pela igualdade salarial como forma de “colocar fim à barbárie”.
Vai ter muita gente que não vai querer pagar, mas por isso a Justiça tem que funcionar para obrigar o empresário a pagar.
O mandatário ainda lembrou que o PL é um compromisso assumido durante a campanha eleitoral presidencial. A medida foi, inclusive, uma das condicionantes determinantes para que a então candidata Simone Tebet apoiasse Lula no segundo turno contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Violência histórica
Ainda sobre as desigualdades salariais, Lula afirmou que aceitar que a mulher ganhe menos que o homem significa perpetuar uma violência histórica contra o público feminino.
Ele defendeu a igualdade de gênero e, em comparação com a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que é necessário o respeito às mulheres “que faltou no governo anterior”.
O presidente afirmou que Bolsonaro estimulou, de forma velada, violência contra o público feminino e que, hoje, estatísticas mostram que todos os dias três brasileiras são assassinadas pelo simples fato de serem mulheres.
“Absolutamente nada justifica a desigualdade de gênero. A medicina não explica. A biologia não explica. A anatomia não explica. Talvez a explicação esteja no receio dos homens de serem superados pelas mulheres. E isso não faz sentido algum. Primeiro porque as mulheres querem igualdade, não superioridade. Segundo porque quanto mais as mulheres avançam, mais o país avança. E isso é bom para toda a população.”
O presidente lembrou que a luta contra o preconceito de gênero e a busca pela igualdade salarial não é um problema exclusivo do Brasil. Ele citou dados da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre disparidade de renda e desigualdade entre homens e mulheres que indicam que a questão é ainda mais profunda do que se imaginava.
Com informações do Estadão Conteúdo e da Agência Brasil