A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para evitar uma crise de crédito no País, após a explosão do caso Americanas (AMER3) e a manutenção das altas taxas de juros. Gabriel Galípolo, número 2 do Ministério da Fazenda, afirmou que o governo pode lançar medidas para ajudar as empresas.
“O governo e a equipe econômica estão totalmente focados em evitar uma crise de crédito no País”, disse Gabriel Galípolo em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
O braço-direito de Fernando Haddad afirmou que a pasta tem monitorado diariamente o quadro junto aos setores empresariais e financeiros para antecipar um colapso.
“A gente tem feito esse acompanhamento muito próximo, dialogando com todos os interlocutores possíveis, que envolvem desde o setor de empresas até o setor financeiro e a autoridade monetária”, prosseguiu.
Temos dialogado bastante e feito esse acompanhamento de perto para entender como estão sendo as reações, seja em decorrência do custo de crédito, seja em decorrência dos fatos que ocorreram mais recentemente e que, por receio, acabam provocando algum tipo de retração dos bancos.
Atualmente, o foco do Ministério da Fazenda é no novo arcabouço fiscal e no programa de renegociação de dívidas para pessoa física, o Desenrola.
Segundo o economista, o programa também atenderá devedores com renda superior a dois salários mínimos. Galípolo enxergou uma “situação muito grave” no País ao ver que 70 milhões de pessoas estão negativadas e complementou que isso “demanda uma ação rápida”.
“O governo está acompanhando, monitorando e formulando para garantir que qualquer tipo de restrição que possa ocorrer não vá produzir uma retração da economia. E, nesse sentido, o crédito é a decisão crucial nessa economia, porque essa economia é uma economia que vive do crédito”, destacou o integrante da equipe econômica do governo Lula.