Em reação às falas recentes do presidente Lula (PT) sobre a Guerra na Ucrânia, porta-vozes dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) teceram críticas sobre a postura do mandatário.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que os comentários de Lula ‘são fruto de má orientação’ e que a postura do presidente do Brasil é “uma repetição automática da propaganda da China e da Rússia“.
Kirby, dos Estados Unidos, também rotulou as falas de Lula como “profundamente problemáticas”.
“É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra. Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo a propaganda da Rússia sem olhar para os fatos”.
Já o porta-voz da UE para relações exteriores, Peter Stano, declarou que “não há dúvidas sobre quem é o agressor e quem é a vítima”.
“A Rússia está violando a Carta da ONU. Isso é reconhecido pelo Brasil também. O Brasil votou junto com 140 países na ONU para condenar a agressão russa e pedir o seu fim e exortar a Rússia a retirar os seus soldados de toda a Ucrânia e suas fronteiras reconhecidas internacionalmente”, disse o representande da União Europeia.
O que Lula disse?
As falas de Lula que provocaram as reações institucionais foram feitas nos últimos dias em que o presidente esteve na China e, posteriormente, nos Emirados Árabes Unidos.
“A paz está muito difícil. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não toma iniciativa de paz, o [presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, disse Lula, em coletiva nos Emirados.
Na mesma ocasião, Lula disse que “a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”, citando que o conflito é resultado da postura de ambos os países.
Em ocasiões anteriores, o presidente já havia mostrado uma postura semelhante acerca do conflito.
No início de abril, em um café da manhã com jornalistas, Lula disse que Zelensky não ‘pode ter tudo que quer’.
“O [presidente da Rússia Vladimir] Putin não pode ficar com terreno da Ucrânia. Talvez nem se discuta a Crimeia. Mas o que ele invadiu de novo vai ter que repensar. Já o presidente da Ucrânia não pode também ter tudo o que ele pensa que vai querer”, disse.
“Não há nenhuma justificativa para essa guerra continuar. Eu acho que essa guerra já passou da conta. O Brasil defende a integridade territorial de cada nação. Portanto, nós não concordamos com a invasão da Ucrânia. Agora, nós achamos que o mundo desenvolvido, sobretudo a União Europeia e os Estados Unidos, não poderia ter aceitado entrar na guerra da forma como entrou, com rapidez, sem antes gastar muito tempo tentando negociar”, completou Lula.
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