O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, revelou hoje (12) que fez um pedido ao ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento): que todos parem de usar a palavra “gasto” quando isso significar algum investimento em políticas públicas e obras.
Em encontro com jornalistas, Lula criticou o mercado financeiro pelas cobranças feitas sobre o governo.
O mercado não tem coração, sensibilidade e humanismo. Não tem solidariedade. O governo tem a obrigação de cuidar das pessoas necessitadas e ponto.
O presidente reconheceu que sua fala deixaria muitas pessoas — sobretudo investidores — nervosas, mas reforçou as promessas feitas na campanha eleitoral.
“Nós vamos fazer com que o povo deixe de ser miserável. Acabamos com a fome uma vez e vamos acabar de novo”, disse aos jornalistas.
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Lula defende reforma na política tributária
Lula voltou a defender uma política tributária que faça os ricos pagarem mais impostos. “Eu nunca vi a Febraban se unir para dizer que vai pegar parte do juro que recebe e dar para Padre Júlio Lancellotti”, chegou a afirmar.
Ainda assim, Lula voltou a dizer que não é preciso ter preocupação com os governos do PT, pelo fato de ter feito superávit primário ao longo dos oito anos de sua gestão.
Aumento do salário pode sair apenas em maio
Enquanto isso, o presidente pode ter de esperar até o dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalho, para anunciar o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320 — atualmente, o valor é de R$ 1.302.
A postergação do anúncio do aumento do salário mínimo daria tempo para o governo monitorar a evolução do comportamento da folha do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que teve a base de beneficiários elevada rapidamente na reta final da campanha eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Técnicos do governo Lula disseram que reajustar agora seria muito difícil, porque não há todo o orçamento necessário. Os números, porém, foram revistos em função do crescimento da estimativa de gastos atrelados ao salário mínimo, como benefícios previdenciários.
Com informações do Estadão Conteúdo