Lula volta a criticar Campos Neto e diz que “presidente do BC só deve conversar com quem o indicou”

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, elevou o tom contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e criticou a falta de diálogo com o presidente da instituição. Chamando-o de “cidadão”, Lula sugeriu que Campos Neto mantém contato com “quem o indicou”, em referência ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

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“O presidente do Banco Central não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior e o Banco Central, agora, é autônomo, não tem mais interferência da presidência da República que podia chamá-lo para conversar”, disse Lula. “Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não conversa comigo. Ele deve conversar com quem o indicou e quem o indicou não fez coisas boas neste país”, acrescentou.

As declarações ocorreram durante a cerimônia comemorativa de 18 anos de criação do Programa Agroamigo, nesta sexta-feira, 1º, em Fortaleza, no Ceará.

Nas falas, o chefe do Executivo voltou a criticar a taxa básica de juros, a Selic, a 13,25%, após um corte do Comitê de Política Monetária (Copom) no início de agosto. Desde então, Lula ainda não havia comentado sobre a queda da Selic.

“O cidadão ao Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil, e não do Banco Central de um país que não seja o Brasil”, comentou, pedindo queda na taxa básica de juros.

Mencionando seu antecessor e principal adversário político, Bolsonaro, o presidente voltou a dizer que “o mandato para quem está no governo passa muito rápido, mas para quem está na oposição esperando, a vaga demora muito”. “O Bolsonaro deve estar coçando as unhas e mordendo porque vai demorar para ele. Vai demorar e, certamente, ele não voltará”, declarou.

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Lula: oferecimento de crédito

Lula disse que o governo precisa encontrar dinheiro para oferecer crédito a quem quer trabalhar e produzir, inclusive quando a demanda pelos empréstimos é maior que o orçamento original dos programas.

O presidente também se referiu aos programas Agroamigo e Crediamigo, do Banco do Nordeste. “Os juros estão altos, porque 2,16% ao mês é muita coisa”, declarou. Segundo Lula, “precisamos baixar mais ainda”, mas sem quebrar o banco.

De acordo com o Lula, a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “só têm sentido de existir se for para fazer as coisas diferentes do que fazem os bancos privados”.

Em sua avaliação, o BNDES precisa de muito dinheiro, mas não lhe é oferece a quantidade necessária. “Precisamos de dinheiro para investir a juros baratos”, afirmou.

Na esteira do oferecimento de crédito, Lula pontuou que os grandes produtores rurais são muito importantes, mas que são os pequenos que produzem mais alimentos.

Com Estadão Conteúdo

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Marco Antônio Lopes

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